Mercadante
quer cobrar inscrição de quem não justificar ausência no Enem
01/02/2013
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pretende cobrar a taxa de inscrição
dos alunos concluintes de escola pública ou daqueles que declararem
`carência socioeconômica` para conseguir
gratuidade e não justificarem a ausência nos dias de aplicação do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem).
Ao
Estado, o ministro disse estar preocupado com os gastos da realização do exame
e sinalizou que o Ministério da Educação (MEC) está `consolidando` a
possibilidade de ampliar o prazo de validade da prova.
O
edital do Enem 2012 previa isenção no pagamento da taxa para esse grupo de
alunos. Na ocasião, o valor da taxa foi de R$ 35. A taxa de abstenção ficou
próxima dos 30%, o que representou custo de pelo menos R$ 75 milhões aos cofres
públicos.
No
Enem 2012, 4.029.757 pessoas não pagaram a taxa de inscrição, 69,58% dos
participantes. Dos não pagantes, 2.808.109 declararam carência e 1.221.648
tiveram inscrição gratuita por estudarem em escola pública.
`Se
a gente conseguir diminuir essa abstenção, eu vou reduzir o custo, reduzir a
tarifa para aqueles que pagam e as despesas para o serviço público`,
disse Mercadante. `A ideia é sempre estimular o Enem, mas tem de ter a
responsabilidade de quem se inscreve e tem o benefício de fazer uma prova gratuita.`
A
cobrança dos alunos de famílias de baixa renda e concluintes de escolas
públicas ocorreria na inscrição seguinte, no próximo exame do Enem. Uma das
ideias estudadas pelo MEC é dar um prazo para os alunos justificarem a
abstenção no exame. De acordo com Mercadante, o aluno
`poderia perder a gratuidade`, caso não desse
explicações para a ausência.
A
possibilidade de ampliar a validade da prova, assunto discutido internamente na
gestão do seu antecessor, Fernando Haddad, também foi citada. `Estamos consolidando essa possibilidade. Por isso a
validade pode ser para além de um ano. Estamos bastante avançados para dar esse
passo. Nossa avaliação é que estamos muito próximos de assegurar a validade intertemporal`, afirmou.
Segundo
o ministro, no caso de o estudante fazer um outro
Enem, mesmo tendo válida a nota de edição anterior, sempre valeria a nota
melhor na busca por vagas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
A
realização de mais de um Enem por ano não está descartada, mas é uma discussão que `não está posta` para 2013,
comentou o ministro. Mercadante disse que o custo operacional do Enem - cerca
de R$ 270 milhões - é `muito alto`
e afirmou que os concluintes do ensino médio, o grupo prioritário, não teriam
`nenhum benefício` caso outra prova fosse realizada.
Questionado
sobre mais uma dispensa de licitação na contratação do consórcio Cespe/Cesgranrio para a aplicação
do próximo Enem, Mercadante disse que o exame é `operação
de guerra` que não pode ser improvisada. `A vantagem desse consórcio é que ele cresceu com o processo
do Enem e participou do planejamento estratégico. São parceiros essenciais`, defendeu.
Redações.
A partir de 6 de fevereiro, o MEC deve publicar na
internet a correção da redação do Enem 2012 para fins pedagógicos, conforme
previsto em Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público
Federal. Os candidatos terão acesso às justificativas dos corretores para cada
uma das cinco competências avaliadas e um gráfico situará a nota dentro do
universo total de inscritos.
Rafael Moraes Moura
Fonte:
O Estado do São Paulo –
São Paulo, SP