Mercadante
promete avaliar demandas de reajuste salarial e jornada de trabalho de servidores
federais do ensino técnico
04/05/2012
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, prometeu empenhar-se para atender às
reivindicações dos servidores federais do ensino técnico que o aguardavam hoje
(4) ), na porta do Colégio Pedro II, em Realengo, na zona
oeste da capital fluminense. O encontro informal com o ministro reuniu
representantes do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação
Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), entre
outros movimentos.
Os
representantes do Sinasefe trataram com Mercadante a
questão da carreira única para o magistério e pleitearam equiparação salarial
entre os professores de nível técnico e superior. “O regime de trabalho também
tem que ser o mesmo”, disse Fabiano Godinho Faria,
professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de
Janeiro.
O
ministro informou que está em discussão no âmbito do governo que a hora
atividade seja desempenhada, “predominantemente, no local do trabalho, para
atender os alunos, para poder fazer o planejamento do curso, preparação de
aulas, correção de trabalhos, para ter um trabalho coletivo dos docentes de
avaliação dos cursos”. Esclareceu, porém, que a jornada de trabalho e a hora
atividade não são uma discussão simples.
Mercadante
afiançou que irá examinar a reivindicação de correção salarial dos servidores
com o Ministério do Planejamento e informou que a matéria continua em
negociação. “Não está fechada a negociação. Nós estamos trabalhando”. O
ministro também disse que está sendo anunciado o reajuste do pessoal da
pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, que estava sem aumento há
quatro anos. “Nós vamos repor a inflação”, garantiu.
Faria
falou ainda com o ministro da Educação sobre as decisões administrativas no
âmbito dos institutos federais de Educação. Ele disse a Mercadante que, “por
uma questão democrática”, os servidores querem ser consultados antes que a
direção dos institutos federais tome qualquer deliberação. Faria questionou a
exoneração “arbitrária” de dois diretores dos campi Caxias e Realengo do
instituto.
Os
servidores mostraram-se contrários à instrução normativa do campus Pinheiral
que, segundo ele, obriga os professores a uma jornada de trabalho “irracional”.
Faria explicou à Agência Brasil que a instrução pode provocar a evasão de
professores que vão lecionar nos institutos no interior e são obrigados a
permanecer ali durante toda a semana. A medida está em negociação no governo e
os servidores prometem se mobilizar contra a sua aprovação.
Ele
esclareceu que a categoria não é contra a expansão da rede, “mas é contrária à
forma como está sendo feita essa expansão, sem condições de trabalho para o
professor”. Deixou claro que a expansão do ensino técnico “não pode ser feita
para agradar a esse ou aquele prefeito, mas tem que ter um comprometimento com
o desenvolvimento da região”, frisou.
Mercadante
defendeu a criação de um bom ambiente de trabalho, com boa remuneração para os
professores, mas de modo a dar aos alunos um atendimento adequado. “A regra
geral é quanto mais os professores estiverem presentes na instituição, melhor
será para a qualidade do ensino”.
Alana
Gandra
Agência Brasil - Brasília,
DF