Melhor ensino médio público está no Nordeste, avalia
Inep
05/08/15
O Instituto de
Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
divulgou hoje (5) as notas preliminares do Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem) de 2014 por escola. Segundo o Inep, se
consideradas as instituições de grande porte (com mais de 90 alunos), onde mais
de 80% dos alunos cursaram todo o ensino médio (alto índice de permanência) e
têm estudantes de nível socioeconômico baixo ou muito baixo, as dez mais bem
colocadas escolas públicas do ensino médio estão no Nordeste.
A Escola
Estadual de Educação Profissional Padre João Bosco de Lima, de Mauriti, no Ceará, está no topo do ranking. Segundo o Inep, são escolas de grande porte – com mais de 90 alunos –
que tem indicador de permanência alto, onde mais de 80% dos alunos cursaram
todo o ensino médio, e têm alunos de nível socioeconômico baixo ou muito baixo.
Segundo o
ministro da Educação, Renato Janine, o Inep está
propondo pela primeira vez rankings alternativos à listagem pelas maiores
notas. “A primeira da lista não é necessariamente melhor, porque existem
fatores externos que podem determinar isso. E do ponto de vista da prestação de
serviço, se você quer mostrar às famílias qual a melhor escola para o seu
filho, às vezes a primeira da lista pode ser muito pequena, e não ter vaga, ou
ter uma política restrita de aceitação de alunos. Então, não é uma informação
de serviço muito boa. Queremos aproximar o resultado do mundo real e ver a
contribuição efetiva das escolas”, disse.
Janine explicou
que o Ministério da Educação está valorizando três fatores nesse ranking. O
primeiro é o porte das escolas. “Elas têm geralmente uma nota menor porque
lidam com uma complexidade de alunos, que é o mundo real. A escola grande
prepara melhor o aluno para o mundo real, mesmo que ela pontue abaixo. Não
podemos ignorar que uma escola pequena facilita o trabalho do professor, mas
também forma um aluno menos apto a lidar com a complexidade crescente do mundo
atual”, disse o ministro.
O Inep divide as escolas de um a 30 alunos, de 31 a 60
alunos, de 61 a 90 alunos e com mais de 90 alunos.
O segundo fator
determinante é o de permanência do aluno na instituição. Segundo Janine, há escolas
que excluem alunos que não apresentam bom rendimento e absorvem os bons alunos
por processos de seleção para o 3º ano. “Você excluir um aluno que está tendo
notas ruins aumenta a nota da escola, mas também não é verdadeiro. Não está
dando um desenho real de como a escola formou seus alunos, porque ela subtraiu
informação”, explicou.
O instituto
divide as escolas pelo fator de permanência, entre aquelas que têm menos de 20%
dos alunos que fizeram todo o ensino médio na instituição, e as que têm de 20%
a 40%, de 40% a 60%, de 60% a 80% e de 80% ou mais.
O fator
determinante para o ministro é o nível socioeconômico. “Uma escola com alunos
mais pobres, ou mesmo miseráveis, vai ter uma nota inferior. Mas essa escola
pode estar fazendo um trabalho educativo mais importante. Ela pode talvez
melhorar esses alunos mais do que aquela que já recebeu o aluno com muita formação
e com nível socieconômico alto, apenas dando um
pequeno avanço nele”, explicou. O sistema de divulgação do Enem por escola está
disponível no site do Inep.
Veja abaixo o
ranking das dez melhores escolas públicas dentro dos critérios do Inep (grande porte, indicador de
permanência de mais de 80% e que atendem alunos de nível baixo ou muito baixo:
Escola Estadual
de Educação Profissional Padre João Bosco de Lima, do Ceará
Escola de Ensino
Fundamental e Médio Dep. Cesário Barreto Lima, do Ceará
Escola de
Referência em Ensino Médio Coronel João Francisco, de Pernambuco
Escola de
Referência em Ensino Médio João Pessoa Souto Maior, de Pernambuco
Escola de
Referência em Ensino Médio Barão de Exu, de Pernambuco
Escola de
Referência em Ensino Médio Padre Antônio Barbosa Júnior, de Pernambuco
Colégio Estadual
Pedro Calmon, da Bahia
Colégio Estadual
Dr. Milton Dortas, de Sergipe
Escola de
Referência em Ensino Médio Senador Nilo Coelho, de Pernambuco
Escola de
Referência em Ensino Médio Manoel Guilherme da Silva, de Pernambuco