Estado de Minas, 09/02/2006 - Belo Horizonte MG

Média de MG supera a do país

Minas tem índice superior ao de todo o Brasil e a capital supera o estado. Colégios e estudantes comemoram e esperam que o exame abra as portas da universidade

Gustavo Werneck e Glória Tupinambás

 

 

Minas Gerais teve ótimo resultado no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2005, divulgado ontem pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), com classificação por escola e município. O desempenho dos estudantes mostrou que o estado tem a média superior ao do país. Além disso, as escolas de Belo Horizonte superam a média estadual. O Brasil somou 43,949 pontos, enquanto Minas obteve 46,316. Já a capital teve 49,687. O Inep considera de regular a bom as notas entre 40 e 70 pontos. Abaixo do índice 40 é insuficiente e acima de 70 pontos a classificação vai de bom a excelente.

 

Em BH, os primeiros colocados no ranking do Enem (categorias pública, particular e geral) são os colégios particulares Santo Agostinho/BH (73,78), Santo Agostinho (73,98) e Loyola (73,65) (veja quadros). As provas foram feitas em setembro, com 63 questões de conhecimentos gerais e redação. A instituição pública com melhor desempenho na capital foi o Colégio Militar (72,85), seguida do Cefet (72.63) e Colégio Técnico do Centro Pedagógico da UFMG (68,65). O resultado deixou feliz da vida o estudante Vitor Nogueira de Oliveira, de 18 anos, que passou no vestibular de direito/diurno da UFMG e começa a estudar dia 6. “Estou comemorando duas vezes, tanto pela entrada na universidade como pelo bom resultado do Santo Agostinho, onde passei 11 anos da minha vida”, disse. Na noite de ontem, na porta da escola, para cumprimentar diretores, funcionários e ex-colegas, ele contou que a prova do Enem tem grande importância na vida estudantil, pois testa o raciocínio e o participante é obrigado a encontrar respostas nas próprias questões.

 

No Santo Agostinho/BH, 202 alunos fizeram as provas e tiveram ótima classificação no vestibular da UFMG, destacou o diretor Francisco Morales. “É resultado de um processo, que começa na base e vai evoluindo. Estimulamos muito os estudantes para que fizessem as provas, até para que percebessem as lacunas da educação”, diz. O coordenador do 3º ano do ensino médio Aloísio Fabiano Cruz lembra que até o calendário da escola sofreu alterações para motivar mais os jovens e dar-lhes tempo para se prepararem ainda para a avaliação”.

 

No Colégio Santo Antônio, onde 70% dos estudantes dos 2º e 3º anos do ensino médio fizeram o teste, a satisfação também é grande pela classificação. Os coordenadores de ensino Olavo Sérgio Campos e Maurício Marques ressaltam que a UFMG ainda não leva em consideração o resultado do exame para o vestibular, o que precisa ser corrigido. “Houve uma diferença mínima entre os dois primeiros lugares”, afirma Olavo. “Também estimulamos muitos nossos alunos para que fizessem o exame e eles se interessaram. É um caminho novo e de esperança para servir de alternativa ao vestibular”, comenta Maurício.

 

As estudantes Dafne Valéria de Lima Nascimento, de 17, e Anna Cristina de Carvalho Rettore, de 16, ambas do 3º ano do ensino médio do Santo Antônio, gostaram da experiência para testar os conhecimentos. “É uma etapa muito importante para os alunos”, diz Dafne, que tirou 90 na prova de redação e 80 em conhecimentos gerais. Anna Cristina, com 80 de média, acha importante que o Enem conte ponto no vestibular. De acordo com o levantamento, não foi só no resultado geral que Minas e a capital superaram a média nacional. Também entre as escolas públicas as notas foram maiores que a média do país. Os dados apontam que, nestas instituições de ensino, o país obteve 40,276 pontos, sendo que o estado fez 42,549, e BH ficou com 43,724.