MEC
quer substituir Prova Brasil pelo Enem na avaliação do ensino médio
21/08/2012
O
ministro da Educação, Aloizio Mercadante, anunciou hoje (21) que a pasta vai
mudar a forma de avaliar a qualidade do ensino médio. A proposta é substituir a
Prova Brasil, avaliação que compõe o Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica (Ideb), pelo Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem).
O
argumento do ministro é que apenas 69 mil estudantes em um universo de 8 milhões participam da Prova Brasil, enquanto o Enem é
quase censitário. A mudança já valeria para 2013.
Mercadante
se reuniu com os secretários de Educação dos estados e, segundo ele, é unânime
entre os dirigentes a necessidade de usar o Enem como parâmetro da qualidade.
Os resultados do Ideb de 2011, anunciados na semana
passada, mostraram uma quase estagnação em relação a 2009 e uma piora da
qualidade do ensino em alguns estados.
No
entanto, se forem consideradas as notas do Enem obtidas por alunos da rede
pública, há uma evolução. Em português, a média dos alunos da rede pública cresceu
de 477,9 pontos para 503,7 pontos entre 2009 e 2011. Em matemática a evolução
foi de 477,1 pontos para 492,9 pontos no mesmo período de comparação.
O
ministro negou que a intenção seja mudar o indicador para melhorar o resultado.
Para ele, os resultados do Enem são mais fidedignos porque a amostra de
participantes é maior e os alunos fazem a prova com mais comprometimento, já
que podem usar os resultados do Enem para ingressar em um curso superior.
Para
o ministro a motivação é a grande explicação para a diferença de resultados
entre Ideb e Enem. “O Enem se consolidou e é ele que
deve realmente avaliar a qualidade do ensino médio. Quando mostro o Enem, a
proficiência em português e matemática evoluiu muito positivamente”, defendeu.
O
MEC encomendou ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais (Inep) um estudo para que, na mudança de metodologia, não se
perca a série histórica que
já existe com a Prova Brasil e que permite comparar a evolução da qualidade e o
cumprimento ou não das metas de melhoria.
Para
o presidente do Inep, Luiz Cláudio Costa, a mudança
não tenta “minimizar o problema que existe no ensino médio”. Segundo argumenta,
“não é maquiagem, de fato nós temos problemas no ensino médio”.
Amanda Cieglinski - Agência Brasil - Brasília, DF