MEC quer alfabetizar 1,3 milhão de pessoas em 2009

Portal UOL Educação, 08/09/2008

Da Agência Brasil

 

Brasília - A meta do Plano de Desenvolvimento da Educação de alfabetizar ao ano 1,3 milhão de pessoas deve ser atingida em 2009. A previsão é do diretor de Políticas da Educação de Jovens e Adultos do MEC (Ministério da Educação), Jorge Teles. Segundo ele, o programa Brasil Alfabetizado tem formado por ano de 1 milhão. "Em cinco anos de programa, as pessoas mais sensíveis à alfabetização já aderiram. Agora você precisar atrair as pessoas analfabetas que têm menos disposição a estudar, é mais difícil captar esse público para o processo educativo", analisa o diretor.

Para 2009, além da ampliação do número de atendidos pelo Brasil Alfabetizado, outras novidades são a distribuição de livros didáticos específicos para esse público e o desenvolvimento de projetos de  leitura para consolidar as ferramentas de uso da língua escrita e falada. "A gente considera importante a possibilidade de continuidade formal [ensino fundamental e médio], mas agora estamos lançando uma política de fomento à leitura para que o alfabetizado use no dia-a-dia o que ele aprendeu no curso. Você só se apropria do conteúdo se você usar na vida", defende.

Para a professora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e especialista em educação de jovens e adultos, Cláudia Vóvio, o Brasil Alfabetizado atinge um número pequeno de pessoas em relação à demanda potencial da alfabetização: 14,3 milhões de brasileiros. "Faltam programas para muitas pessoas, o Brasil Alfabetizado é uma das iniciativas. É preciso pensar as orientações em  cada esfera de governo, muitas vezes os alunos não conseguem continuar os estudos porque no município não há oferta de ensino fundamental. A aprendizagem precisa ser consolidada e acaba se perdendo", alerta.

O curso do Brasil Alfabetizado tem duração de seis meses e, segundo Jorge Teles, a meta é chegar a 4 mil municípios em 2008. A verba para o programa, que este ano foi de R$ 200 milhões, é repassada a estados e municípios, responsáveis por coordenar as turmas. Os alfabetizadores recebem uma bolsa de R$ 250, repassados diretamente pelo MEC. "Com um programa nacional, a gente consegue organizar a política de forma que a alfabetização seja uma porta de entrada para a educação e não uma campanha em si", acredita o diretor.