MEC pede ajuda para fortalecer o Enem

31/03/2011 - Belo Horizonte MG, Estado de Minas

 

Universidades públicas são convidadas para elaborar as questões do exame, que este ano terá uma só edição

 

Depois de um histórico de fraudes, vazamentos e ações judiciais, o Ministério da Educação (MEC) pede ajuda às universidades públicas na elaboração de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A convocação recebeu sinal verde de instituições mineiras: a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e as de Lavras (Ufla), Alfenas (Unifal), Itajubá (Unifei) e Ouro Preto (Ufop) demonstraram interesse em participar. As perguntas vão compor um banco nacional de itens e só devem ser usadas no Enem de outubro, pois está quase descartada a aplicação de prova no meio do ano. A realização de duas edições anuais do exame, apontada pelo MEC como solução para reduzir problemas, só deve ocorrer em 2012.

As universidades federais e estaduais interessadas na proposta devem se cadastrar até 15 de abril no site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). Podem participar ainda institutos federais de educação profissional. Até a última edição do Enem, as questões eram feitas por professores e especialistas contratados. Com o apoio, o Inep pretende aumentar o banco nacional de itens de 10 mil para 100 mil questões, número necessário para mais de uma edição da prova por ano.

A possibilidade de participar da montagem do Enem é recebida como sinônimo de segurança nas universidades que estão substituindo seus vestibulares pelo exame nacional. “Vemos com otimismo a chance de colaborar na elaboração de questões e de atuar como consultores do processo, pois temos competência na área. Isso vai dar até mais tranquilidade às comunidades acadêmicas”, diz o pró-reitor de graduação da Ufla, João Chrysóstomo de Resende Júnior. Mas ele espera que essa contribuição se restrinja a questões técnicas. “Não creio que as instituições estejam preparadas para ajudar na logística do Enem. É uma prova grandiosa, que demanda ações de segurança para as quais não              temos muita contribuição a dar.” Professores e coordenadores das universidades parceiras serão treinados em maio e junho. O trabalho ocorrerá em salas de acesso restrito, equipadas com câmeras e computadores com controle de acesso. Os participantes deverão ser servidores ativos das instituições, nas áreas de docência ou pesquisa. O pagamento às universidades será feito por meio de créditos, que podem ser transformados em apoio financeiro a projetos. Já os professores que elaborarem as perguntas vão receber R$ 120 por questão. ANÁLISE DA NOTÍCIA - A decisão do MEC é louvável e merece apoio. As palavras do pró-reitor da Ufla dão a dimensão do significado da ideia: as universidades podem contribuir de forma a dar mais credibilidade ao exame e qualidade à seleção. Isso pode significar tranquilidade aos candidatos e um problema a menos num processo que esteve às margens do descrédito. (Arnaldo Viana)

 

Glória Tupinambás