MEC lança programa Escola de Fábrica
26/10/2004 16:10
O Ministério da Educação vai investir entre R$ 18 milhões e R$ 25 milhões, em 2005, no programa Escola de Fábrica. Lançado hoje, 26, em Brasília, o programa tem como objetivo a formação profissional de jovens de baixa renda, de 15 a 17 anos, nas próprias empresas. A meta é abrir 500 escolas em fábricas, empresas e unidades produtivas de todo o País, com mais de 300 funcionários, e formar, no mínimo, dez mil alunos por ano.
O Escola de Fábrica vai expandir a oferta de vagas na formação profissional, envolvendo organizações empresariais na preparação de recursos humanos para o exercício de uma profissão. No lançamento do programa, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Antonio Ibañez Ruiz, enfatizou a necessidade de expansão da educação profissional com inclusão social. Ele lembrou que a taxa de desemprego de jovens no Brasil é de 2,5%, enquanto na Alemanha o índice é de 1,2%.
“Na Alemanha, os jovens têm contato com a educação profissional cedo e o programa Escola de Fábrica tem esse propósito”, disse Ibañez, que reforçou que o programa é autofinanciável: o MEC fornece recursos para implantar as escolas nas empresas e, após um tempo, as fábricas financiarão os trabalhos.
Representando o ministro da Educação que estava em viagem, o secretário-executivo do MEC, Fernando Haddad, explicou que o programa teve como inspiração mais de cem experiências semelhantes desenvolvidas no Brasil por empresas independentes. “Agora vamos conjugar esforços. É um caso típico do Estado aprendendo com a sociedade”, disse. O presidente do Instituto Ethos, Oded Grajew, falou sobre responsabilidade social: “Se cada empresa adotar um jovem dessa forma, serão mais de quatro milhões de jovens beneficiados com educação e formação profissional”.
Serão selecionadas instituições (fundações, ONGs, organizações da sociedade civil), que receberão recursos do MEC, para organizar a implantação das escolas nas fábricas com a orientação técnico-pedagógica demandada. As instituições, denominadas gestoras, identificarão as necessidades de qualificação das empresas e elaborarão projeto pedagógico para cada unidade. A certificação dos cursos será feita preferencialmente pelas instituições federais de educação profissional e tecnológica, quando a entidade gestora não atender aos pré-requisitos para a certificação. O Ministério da Educação atuará como supervisor de todo o processo.
As empresas, além de promoverem gestão com responsabilidade social, vão liberar espaço, mobiliário, instrutores, alimentação, uniforme, transporte, bolsas de estudos de meio salário mínimo para os estudantes, material didático e seguro de vida em grupo. Ainda arcarão com os custos do processo de seleção e ensino. Os alunos beneficiários do programa serão jovens de 15 a 17 anos, de famílias de baixa renda, com as seguintes características: ser aluno(a) de curso regular da rede pública; estar concluindo o ensino fundamental, ou cursando o ensino médio; e não estar matriculado em cursos de educação profissional ao ingressar no programa.
Repórter: Flavia Nery
FONTE: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=903&FlagNoticias=1&Itemid=1019