MEC aumenta prazo para adesão de federais ao Enem
Data final para dar resposta, que era ontem, passou agora
para o dia 20 de maio. Na quarta-feira, reitores e MEC se encontram para
definir o conteúdo que será exigido no novo exame, que pode substituir vestibulares
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Folha de
São Paulo, 09/05/2009 - São Paulo SP
O prazo de adesão das universidades ao novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) foi estendido de ontem para o dia 20 de maio. A nova data se deve ao fato de que, na quarta-feira, haverá novo encontro entre reitores e o Ministério da Educação para definir a matriz do exame, ou seja, o conteúdo a ser exigido. Depois disso, as instituições que ainda não definiram se irão utilizar o exame como vestibular terão uma semana para comunicar sua posição ao MEC. Em levantamento publicado pela Folha no final de abril, 22 federais das 55 manifestaram a tendência de adotar só o exame como processo seletivo. Há outras ainda que vão usar o Enem como primeira fase ou como parte da nota; isso, porém, praticamente invalida o objetivo do ministério de unificar os processos seletivos, já que os candidatos teriam que se deslocar para fazer prova.
Persistem também diversos questionamentos por parte das instituições. Em reunião nesta semana com o ministro Fernando Haddad, os reitores entregaram um documento com diversas ponderações sobre o novo modelo, que vão desde aspectos operacionais até a pontos que questionam a própria pertinência do exame. Exemplo: "O novo Enem conseguirá minimizar as debilidades do ensino médio? Não seria melhor investir na formação, qualificação, remuneração, condições de trabalho e valorização dos professores de ensino médio?" Também se questiona se a unificação não irá aumentar as desigualdades regionais, se não favorecerá os alunos de maior poder aquisitivo, se não seria melhor implementar as mudanças com mais calma. Eles querem saber também qual escola serve de referência para a elaboração da prova; como será feita a segurança do exame; e, entre outras, se a possibilidade de o candidato escolher até cinco opções não irá aumentar a evasão nas universidades, já que o estudante poderia acabar entrando em uma terceira opção, pela qual ele não tem muito interesse. As dúvidas foram compiladas de um seminário realizado com todos os dirigentes. (ANGELA PINHO)