Matrículas do ensino técnico de nível médio crescem
55,3% em cinco anos
24 /05/2015
A maior chance
de conquistar um emprego e um bom salário aumentou o interesse da população
piauiense em relação ao ensino técnico de nível médio. Dados do Censo da
Educação Básica, feito também no Piauí, analisados pelo Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI), mostram que, entre 2008 e 2013, o número de
matrículas nesses cursos passou de 927.978 para 1.441.051 – um crescimento
55,3%.
Os cursos
técnicos de nível médio são também conhecidos como cursos de longa duração da
educação profissional e têm entre 800 e 1,4 mil horas de duração (até dois
anos). Podem fazer os estudantes que estão, pelo menos, no segundo ano do
ensino médio ou quem já concluiu essa etapa da educação básica. As aulas
oferecem conhecimentos teóricos e práticos em diversos eixos tecnológicos e
garantem, junto com o diploma, uma formação especializada para diferentes
setores da economia.
Na indústria,
por exemplo, esses profissionais assumem cargos de supervisão, gestão e
planejamento das atividades. Eles são responsáveis por viabilizar a adoção de
novas tecnologias, processos e produtos dentro das empresas. Entre as
profissões que mais oferecem oportunidades no setor estão os técnicos na
fabricação e montagem de máquinas, os técnicos em construção civil, os técnicos
em eletrotécnica, os técnicos em informática e os técnicos em segurança do
trabalho.
De acordo com
dados do Censo da Educação Básica 2013, as dez opções mais procuradas
concentram 58,6% das matrículas: enfermagem (153.832), administração (138.004),
informática (130.739), segurança do trabalho (113.798), mecânica (64.557),
agropecuária (55.936), eletrotécnica (55.302), edificações (53.289),
contabilidade (40.411) e logística (38.569).
Os cursos
técnicos de nível médio podem ser oferecidos de forma integrada ao ensino médio
(quando as aulas da educação básica e as técnicas são realizadas na mesma
instituição, como os institutos federais) ou concomitante (quando a formação
técnica ocorre em outra instituição, no contraturno da escola) ou ainda de
forma subsequente, para quem já concluiu a educação básica.
Outra informação
importante trazida pela análise diz respeito ao ensino técnico articulado à
educação básica. Os dados indicam que, nos últimos cinco anos, mais jovens
estão optando pela educação profissional antes mesmo de saírem da escola. Em
2008, 511.679 alunos faziam ensino técnico integrado ou concomitante ao ensino
médio. Em 2013, esse número foi de 648.366. Trata-se de um aumento de 26,7%.
Com isso, o
percentual de alunos matriculados no ensino médio que faziam cursos técnicos de
forma integrada ou concomitante à educação básica passou de 6,1% em 2008 para
7,8% em 2013 (veja tabela).
Na opinião do
diretor-geral do Senai,
Rafael Lucchesi, o aumento dos últimos cinco anos é importante e aponta que
estamos no caminho certo da valorização da educação profissional, mas ainda é
pouco se comparado a outras nações. Países da União Europeia, em 2010, segundo
o Centro Europeu para o Desenvolvimento da Educação Profissional, tinham em
média 49,9% dos estudantes do ensino secundário também
matriculados na educação profissional. Na Áustria, por exemplo, que
registra o índice mais alto, 76,8% dos estudantes do secundário fazem ensino técnico. Finlândia vem em seguida com 69,7% e
Alemanha com 51,5%.
O Senai é uma das instituições que
oferece o ensino técnico de forma concomitante e também subsequente, quando é
realizado depois da conclusão da educação básica. Em 2013, realizou
270 mil matrículas.
Um levantamento
– feito pela própria instituição entre 2010 e 2012 – acompanhou metade das
quase 40 mil pessoas que terminaram os cursos em 2010 com o objetivo de
analisar os impactos da educação profissional na sua empregabilidade. Os dados
mostraram que, um ano depois de obterem o diploma, os trabalhadores de nível
técnico conseguiram aumentar sua renda em 24%.
A pesquisa
aponta ainda que 72% dos ex-alunos dos cursos técnicos conseguem trabalho no
primeiro ano depois da formatura e têm renda média de
2,6 salários mínimos, o que, na época do estudo equivalia a R$ 1,6 mil. Além
disso, 73% estão ocupados em atividades relacionadas à área de formação. A
renda média desses profissionais é 19% maior do que a os ocupados em outras
áreas.