Maranhenses
obtêm acesso ao emprego por meio de qualificação profissional
Cerimônia de entrega dos certificados de
qualificação para 500 alunos de baixa renda, em São Luís, terá presença da
ministra Tereza Campello
03/07/2015
Confiante, Ana Lúcia Viegas,
38 anos, teve sua carteira de trabalho assinada pela primeira vez. Ela foi
contratada por uma empresa de forros e divisórias da capital
maranhense para trabalhar como agente de limpeza.
Beneficiária do Bolsa
Família, ela foi uma das 500 pessoas de baixa renda que receberam o certificado
de conclusão em cursos de qualificação profissional do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Desempregada desde 2013, Ana Lúcia sustentava os
dois filhos com os “bicos” do marido e com a complementação de renda do
benefício. “O curso foi muito importante porque trouxe uma qualificação que eu
não tinha antes. Abriu as portas do mercado.”
Daniela Rocha Souza, representante da empresa que
contratou Ana Lúcia, destacou que a confiança na qualidade do curso foi o
diferencial na contratação da agente de limpeza. “Acreditamos nela, mesmo sem a
prática ainda, porque ela se qualificou. Demos uma oportunidade e o resultado
está dando certo.”
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec) conta com a participação de mais
de 14,8 mil alunos de baixa renda em São Luís, desde seu início, em 2012. Na
quinta-feira (2), foi feita a entrega dos certificados de qualificação para 500
alunos.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Tereza Campello, participou do evento. Os cursos mais procurados foram de
operador de computador, auxiliar administrativo, eletricista instalador predial
de baixa tensão, costureiro e almoxarife de obras. Em todo o estado, foram
efetuadas 75 mil matrículas em 144 cidades.
Os cursos de qualificação profissional do Pronatec são oferecidos gratuitamente. Quem participa ainda
recebe alimentação, transporte e material escolar. As capacitações são
realizadas em instituições de ensino técnico e tecnológico, como as unidades do
sistema nacional de aprendizagem (Senac,
Senai, Senar e Senat) e as redes federal e estadual de educação
profissional e tecnológica.
“Eu consegui a minha carteira assinada, o meu
salário”, conta com orgulho Sueli Souza Barros, 44 anos. Moradora de Paço do Lumiar (MA), ela estava desempregada quando resolveu fazer
o curso de auxiliar de cozinha do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico
e Emprego (Pronatec) e mudar de vida. “Tenho o Bolsa
Família, na época ajudava a comprar comida e o material escolar do meu filho.
Mas a gente vivia apertado”, lembra.
Mesmo gostando de cozinhar, Sueli conta que conseguir
um emprego era difícil porque as vagas na área exigiam a qualificação. “Por
mais que você saiba, se não tem como comprovar, não adianta nada. Agora tenho
uma qualificação profissional e posso mostrar o meu diploma”. Sueli hoje
trabalha como auxiliar de cozinha na Associação Maranhense Adventista,
cozinhando para mais de 80 pessoas.
“Fazemos apenas comidas vegetarianas na associação.
Eu já aprendi a comer, não tive problema. É comida saudável com mais
qualidade.”
A maranhense é otimista quanto ao futuro: quer
crescer e melhorar profissionalmente. O próximo passo é fazer um curso
específico de comida vegetariana. “Ainda quero construir o quartinho para meu
filho e uma cozinha maior. Quem gosta de cozinhar, tem que ter cozinha grande, né?”
Inclusão
O Pronatec é uma das ações
de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria, tendo os beneficiários dos
programas de transferência de renda como seu principal público. Por meio do
programa, a população de baixa renda, mesmo nas regiões historicamente com baixo
desenvolvimento, tem acesso à qualificação profissional.
O Brasil Sem Miséria estimula também a formalização
dos empreendedores como Microempreendedores Individuais (MEIs).
Dessa forma, eles podem emitir notas fiscais, ter acesso à Previdência Social e
registrar eventuais empregados ou colaboradores. Até janeiro deste ano, 28,2
mil pessoas inscritas no Cadastro Único se tornaram microempreendedores
individuais no Maranhão. Desses, 14,4 mil recebem o Bolsa
Família.
Ação local
Famílias do Maranhão que recebem o
Bolsa Família terão mais um auxílio para manter os filhos na escola. O
Programa Mais Bolsa Família Escola, desenvolvido pelo governo do estado, irá
transferir o equivalente a uma parcela do benefício para a compra de material
escolar de 1,5 milhão de estudantes. A estratégia do governo do Maranhão
complementa as políticas do Plano Brasil Sem Miséria, desenvolvido para o
combate à pobreza e à extrema pobreza no Brasil.
O estado cresceu economicamente nos últimos anos,
mas ainda tem um dos mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do
Brasil. Em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Plano de Ações Mais IDH
promove a superação da extrema pobreza e das desigualdades sociais no meio
urbano e rural do Maranhão, por meio de estratégia de desenvolvimento
territorial sustentável. O foco inicial são os 30 municípios com menor IDH-Municipal.