Mais de 25% dos jovens entre 18 e 24 anos abandonam
o ensino médio
O levantamento do IBGE levou em
conta dados do Censo 2010 e soma um total de mais de 18 mil pessoas
08/11/2014
Um total de
18.203 pessoas de 18 a 24 anos de Sorocaba, o equivalente a 25,1% da população
local nessa faixa etária, não concluiu o ensino médio em 2010. Embora
considerado grande, o percentual de jovens que abandonou a escola nesse período
na cidade é menor que as médias da região sudeste (32,9%) e nacional (36,5%).
Os dados fazem parte do levantamento Estatísticas de Gênero
- uma análise dos resultados do censo demográfico de 2010, divulgado neste mês
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na avaliação do
doutor em Educação e professor da Universidade de Sorocaba (Uniso),
Jefferson Carrielo do Carmo, o número é preocupante,
já que a falta do diploma do ensino médio impede o acesso ao ensino superior e
resulta em menos oportunidades no mercado de trabalho. "Apesar disso,
programas de educação de jovens e adultos e mesmo o ensino médio integrado ao
ensino técnico têm absorvido boa parte desse público", cita. Em Sorocaba,
quem deseja retomar os estudos encontra a oportunidade de forma gratuita no
Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceeja).
A evasão escolar
no ensino médio se dá, dentre outros motivos, pela necessidade de se conseguir
um trabalho, além das mudanças na sociedade que geram um choque entre os
interesses do jovem e o que é oferecido pela escola. É o que acredita
Jefferson, que prepara dados para desenvolver uma pesquisa sobre o assunto em
Sorocaba, semelhante à que realizou em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul.
"Lá, na época, a implantação do ensino médio integrado ao técnico, pelos
governos estaduais e federais, tirou muitos alunos da escola regular",
afirma.
"A questão
é saber onde estão esses jovens que deixaram a escola", ressalta
Jefferson, ao apontar que a tendência é que o abandono escolar diminua em
Sorocaba com o avanço do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e
Emprego (Pronatec). A iniciativa, implantada em 2011
com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e
tecnológica, ainda não começou a funcionar em
Sorocaba, mas já está presente em cidades como São Roque, Boituva
e Itapetininga. "Se, por um lado, esses programas ajudam a manter o jovem
na escola, por outro oferece uma formação profissional muito específica",
opina.
Desigualdades
Dentre a
população dessa faixa etária do município que parou de estudar, o percentual é
maior para os homens (28,1%) do que para as mulheres (22%). As médias revelam
também que ainda persiste a desigualdade social entre as diferentes etnias. A
evasão escolar foi maior entre os jovens pretos e pardos (classificação do
IBGE), chegando a 34,4%, enquanto que esse índice ficou em 21,5% para os
brancos. Ambas as tendências seguem nas esferas que o município se insere, seja
regional (sudeste) ou nacional.
Ceeja
Com matrículas
abertas o ano todo, o Ceeja de Sorocaba, mantido pela
Secretaria Educação do Estado de São Paulo, é uma opção para aqueles que, por
algum motivo, deixaram os estudos. O diferencial do modelo é que ele oferece
carga horária flexível para a conclusão dos ensinos fundamental e médio. Para se
inscrever, basta comparecer na unidade com um documento de identificação com
foto (RG). O Ceeja funciona na rua
Assis Machado, número 920, na Vila Assis.
No Ceeja, o aluno recebe o material de ensino no ato da
matrícula e é orientado a criar um plano de estudos. Sempre que sentir
necessidade, pode recorrer ao centro para tirar dúvidas presenciais com
professores que ficam à disposição na unidade e ainda tem a possibilidade de
marcar as provas de cada disciplina, conforme data em que for melhor para ele.
Além do sistema, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo também oferta
a Educação de Jovens e Adultos (EJA) presenciais nas escolas estaduais de todo
o Estado. (Supervisão: Adalberto Vieira).
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