Mais de 45% dos brasileiros não têm ensino médio
completo, mostra relatório da ONU
Média de estudo no País é de 7,2
anos
24/07/2014
No Brasil, 46,4%
da população (mais de 90 milhões de pessoas) acima dos 25 anos de idade não têm
o ensino médio completo. Além disso, a média de estudo no País é de 7,2 anos,
frente a 7,9 anos na América Latina.
Como esses
índices, o País fica na 79º colocação entre as nações com populações mais
estudadas, atrás de Cuba, Venezuela, Chile e Argentina. Porém, mantém-se entre
outras 50 consideradas com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
A boa notícia é
que 91% dos brasileiros acima de 12 anos são alfabetizados. Porém, os 9% de não
alfabéticos representam mais de 18 milhões de pessoas. Dentre os jovens do País
que têm entre 15 e 25 anos, a taxa de alfabetização é de 97,5%.
Os dados constam
no novo “Relatório de Desenvolvimento Humano” divulgado nesta quinta-feira (24)
pelo Pnud (Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento) e têm como base o período de 2005 a 2012.
Entretanto, ministros reclamaram que os dados utilizados no novo relatório do Pnud são de 2010 e foram
compilados por órgãos internacionais, como o Banco Mundial. Nesse sentido,
julgam que as informações do documento não refletem melhorias do Brasil reconhecidas
em estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) realizados nos últimos quatro anos.
Segundo o
levantamento, cidadãos de países com o IDH alto estudam, em média, oito anos na
vida. Em comparação, os habitantes das nações com IDH muito alto costumam
estudar quase 12 anos (11 anos e sete meses) durante toda a vida. Em nações com
baixo IDH, estuda-se apenas durante quatro anos na vida.
Na manhã de
hoje, em entrevista coletiva concedida em Brasília, os ministros Tereza
Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome); Arthur Chioro
(Saúde) e Henrique Paim (Educação) comentaram os
dados divulgados. Paim destacou que ocorreu melhoria
de resultados na educação brasileira. Para ele, o avanço expressa que “houve um
esforço do País no ponto de vista de inclusão e da melhoria de frequência
[escolar]”.
— Se pegarmos
dados [do Brasil] de 1980 tínhamos 2,6 anos de estudo
[em média durante a vida] e um grande número de pessoas analfabetas.
Paim também falou
que a educação do País está com boa posição considerando outras nações da
América Latina e os Brics (Brasil, Rússia, Índia,
China e África do Sul).
— Diria que os
resultados, desse ponto de vista, são muito interessantes, finalizou, elogiando
a junção de políticas públicas dos ministérios da educação e da saúde como o
"grande segredo" para a melhoria de resultados.
A Europa e a
Ásia Central aparecem como as regiões ondem as pessoas permanecem mais anos estudando, seguidas pela
América Latina e o oeste da Ásia. A África subsaariana é a última da lista. A
média de tempo de estudos no mundo é de quase oito anos (sete anos e sete
meses).
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