Macapá quer erradicar o analfabetismo até o início
de 2016
01 /10/2014
O combate pela
erradicação do analfabetismo no Amapá já começou. Na segunda-feira (29),
aconteceu o primeiro aulão de inauguração do Programa
“Macapá Município Alfabetizado: um território livre do analfabetismo”, no
Teatro das Bacabeiras. Inicialmente, a contratação de
50 alfabetizadores permitirá que mil pessoas tenham acesso ao mundo da leitura
e escrita.
As inspirações
vêm de países como Bolívia, Cuba, Chile, Argentina e Uruguai, que já
conseguiram erradicar o analfabetismo. O Brasil possui 9% de sua população não
alfabetizada. De acordo com estatísticas do censo de 2010 do IBGE, somente o
Estado do Amapá possui 37 mil pessoas não alfabetizadas, destas, 17 mil estão
em Macapá, ou seja, a capital concentra mais de 50% do analfabetismo amapaense.
“O Amapá representa 0,37% da população analfabeta do Brasil. De 1988 para cá, a
redução do analfabetismo brasileiro foi pífia. Neste mesmo período, países
vizinhos da América Latina conseguiram tornar o analfabetismo erradicado.
Perdemos de ‘goleada’ na América Latina no combate ao não alfabetismo”,
discursou o senador Randolfe Rodrigues.
O programa
Macapá Município Alfabetizado é ousado. Segundo Rodrigues, o objetivo é
erradicar o analfabetismo na capital até o início de 2016. Em um pouco mais de
um ano, o programa tentará alfabetizar 17 mil pessoas. “Macapá é a primeira
cidade que tomou a decisão política em acabar com analfabetismo. Até o final
desta década, eu desejo que o Amapá esteja livre dessa chaga que é
analfabetismo. Para isso precisamos de uma grande mobilização da sociedade como
um todo, para dar condições de cidadania a todos amapaenses”, afirmou Randolfe.
Método
“Sim, eu posso”,
é o nome do método de alfabetização que será aplicado
aos novos mil alunos, visando ensinar a leitura e a escrita a partir do
conhecido (os números) para ir ao desconhecido (as letras). Escolas municipais
e associações serão usadas para alocar esses estudantes. O formato dessa
aprendizagem é aplicado em 28 países e consiste em aulas audiovisuais, mediadas
por um alfabetizador/educador.
Em Macapá haverá
50 alfabetizadores e 9 coordenadores do programa, que
trabalhão uma carga horária de 2 horas e 30 minutos por dia, de segunda a
sexta-feira, por um período de 8 meses de trabalho. Cada alfabetizador terá 20
alunos. Os envolvidos receberão uma bolsa auxílio no valor de R$ 400,00 para
alfabetizadores e R$ 600,00 para coordenadores.
Esta ação de
alfabetização conta com o apoio do mandato do senador Randolfe
Rodrigues e faz parte da modalidade Educação de Jovens e Adultos, instituído e
coordenado pela Secretaria Municipal de Educação Semed/PMM,
em parceria com o Ministério da Educação (MEC), através do Programa Brasil
Alfabetizado (PBA) e com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.