Líderes no Enem têm condições variadas
11/07/2011
Na lista de melhores da capital de SP no exame, há unidades
com diferentes tamanhos de turmas e durações de jornadas. Para professor da
USP, nota na prova depende também de fatores como qualidade dos diretores das
unidades
Boas notas, mas condições de aulas totalmente distintas, é o que marca a lista das melhores escolas da capital paulista no Enem. No ranking das 20 melhores estão o Etapa e o Bandeirantes, com 51 e 44 alunos por turma de ensino médio, respectivamente. Também estão o Centro Educacional Pioneiro e o colégio Batista Brasileiro, com 19 e 23 alunos por classe, respectivamente. O Santo Américo oferece 8,3 horas-aulas diárias; o instituto federal, 4,5. A lista refere-se aos melhores do Enem 2009 -o resultado por escola do exame do ano passado ainda não foi divulgado. Para o professor José Augusto Dias, da Faculdade de Educação da USP, outros fatores influenciam as médias das escolas na prova: número de alunos que fazem o teste, qualidade do corpo docente e direção do colégio. "[Diferenças entre o número de alunos por classe] se tornam algo secundário nesse caso", afirmou Dias. Silvia Colello, também professora da Faculdade de Educação da USP, destaca que o Enem mostra o nível de aprendizagem dos alunos, mas não expõe, por exemplo, se a escola tem condição de oferecer um tratamento individualizado aos estudantes.
"Não podemos dizer que um baixo número de estudantes em sala garanta o sucesso do ensino", afirmou Colello. "Mas é certo que, em classes menos numerosas, o professor tem melhores condições para acompanhar o aluno e ainda para promover dinâmicas de trabalho mais dialogadas e interativas." Entre os melhores colégios no Enem, também há grandes diferenças nas taxas de reprovação. No Centro Educacional Pioneiro, ela é de 0%. No Etapa, é de 0,7%. Já no Colégio Albert Sabin e no Santo Américo, elas são, respectivamente, de 9% e 7%. Há uma uniformidade maior, porém, em relação ao tipo de estabelecimento dos colégios com as melhores notas no exame: entre os 40 primeiros, 38 são privados. Os dois colégios públicos, um federal e um estadual, são instituições de ensino técnico.(FÁBIO TAKAHASHI E ANDRESSA TAFFAREL) Colaborou LEONARDO LÉLLIS
DE SÃO PAULO
> Folha de São Paulo, São Paulo SP