JOSÉ ANTONIO GONÇALVES LEME. A CELA DE AULA: TIRANDO A PENA COM LETRAS.
UMA REFLEXÃO SOBRE O SENTIDO DA EDUCAÇÃO NOS PRESÍDIOS.. 01/05/2002
3v. 196p. Mestrado. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - EDUCAÇÃO (CURRÍCULO)
Orientador(es): ANA MARIA APARECIDA AVELLA SAUL
Biblioteca Depositaria: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Palavras - chave:
EDUCAÇÃO DE ADULTOS, PRESOS
Área(s) do conhecimento: CURRÍCULO
Banca examinadora:
ANA MARIA APARECIDA AVELLA SAUL
FERNANDO AFONSO SALLA
YVONNE ALVARENGA GONÇALVES KHOURI
Linha(s) de pesquisa: POLÍTICAS PÚBLICAS E REFORMAS EDUCACIONAIS E CURRICULARES ESTUDA POLÍTICAS DE CURRÍCULO NA REALIDADE BRASILEIRA, PRIVILEGIANDO PROJETOS INOVADORES QUE CAMINHAM NA LINHA DA PROPOSIÇÃO DE UM CURRÍCULO CRÍTICO PARTICIPATIVO.
Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação: CAPES-PROSUP
Dependência administrativa
Particular
Resumo tese/dissertação:
O objetivo deste trabalho é de investigar os significados atribuídos à educação escolar pelos prisioneiros. Estes homens anônimos, condenados ao isolamento e à solidão. Aquela é uma educação específica, pois acontece em um mundo particular. Para tal propósito, escolhemos a "cela de aula" e seus atores, os alunos, como nossos principais interlocutores. Estando a "cela de aula" inserida no interior da prisão, consideramos importante compreender este outro mundo. Para tanto, procuramos investigar sua gênese e sua afirmação ao longo da história. Julgamos também necessário entender a influência exercida pela prisão sobre os prisioneiros, compreendendo, assim, as suas dificuldades enfrentadas e as formas de resistência. Dessa maneira, conhecendo a prisão e seus métodos de dominação e controle da massa encarcerada, poderíamos analisar a educação "escolar", ali presente com um outro olhar. Analisar os sentidos conferidos a essa educação que, não só não é neutra, como é parte integrante do processo dialético entre subjugação e a resistência dos prisioneiros. Um olhar de quem resiste às privações e se adapta a uma nova forma de convívio. Um olhar que tem a sua individualidade tolhida, obrigado a dividir cada milímetro de chão e cada segundo de vida com a massa carcerária. Um olhar, privado do infinito, que espera a liberdade e que precisará se readaptar a um outro mundo, mundo de sua origem, ofuscado temporariamente pelas muralhas. Dessa forma, estabelecendo um diálogo com os prisioneiros, pudemos não só aprender outros significados, muitas vezes desconhecidos, como também confirmar idéias e concepções já estabelecidas em relação à educação no interior das prisões.