Érica Aparecida Kawakami. Educação
de Jovens e Adultos no ensino médio: a implementação
da telessala sob o olhar avaliativo dos alunos. 2007
1v. 118p. Mestrado. UNIVERSIDADE
DE SÃO PAULO - FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO
Orientador(es): JOSÉ MARCELINO DE
REZENDE PINTO
Biblioteca Depositária: USP
Palavras-chaves:
Educação de jovens e adultos; Telessala;
Telecurso 2000.
Área(s) do
conhecimento: PSICOLOGIA
Banca examinadora:
JOSÉ MARCELINO DE REZENDE PINTO .
Linha(s) de
pesquisa:
Nãofoi informado pela autora no trabalho
Dependência administrativa
Estadual
Resumo
tese/dissertação:
A presente investigação
aborda o processo de formação de jovens e adultos desenvolvido no espaço
escolar, constituindo-se numa tentativa de articular reflexões
em torno da telessala no ensino médio, uma forma de
ensino semipresencial organizada a partir dos programas do Telecurso 2000, da
Fundação Roberto Marinho. É no campo do direito à educação que se insere a
pesquisa, na qual se discute as políticas públicas direcionadas àqueles que
tiveram negado o acesso, ou a permanência no sistema escolar. O estudo pretende
conhecer a experiência dos alunos de uma telessala da rede estadual de ensino, tendo
como referência a avaliação que estes alunos fazem do ensino oferecido.
Optou-se por uma abordagem metodológica de caráter qualitativo, na modalidade
estudo de caso. Como instrumentos de coleta de dados, foi utilizada a análise
documental e realizadas entrevistas, apoiadas em roteiros semi-estruturados. Foram entrevistados dez alunos,
dois professores, um coordenador pedagógico e um supervisor de ensino. Os
procedimentos de análise dos dados envolveram o agrupamento dos depoimentos em
conjuntos temáticos, considerando-se os núcleos de semelhança e observando as
tendências dominantes, numa perspectiva de análise temática. Evidenciou-se,
neste estudo, que o impacto da implementação da
telessala como forma de educação de jovens e adultos, sob o ponto de vista dos
alunos que nela ingressam, não esteve comprometido com o atendimento das necessidades
educacionais dos alunos, tampouco considerou sua condição de trabalhador ou seu
processo de retorno à escola. A percepção de obtenção de uma mínima aprendizagem
predomina nos relatos dos alunos, os quais assinalam que a telessala não oferece
condições de prosseguimento dos estudos e o mau planejamento do tempo de cada aula,
que concentra um volume muito grande de conteúdos, contribui para que estas
sejam muito condensadas e superficiais. Os alunos afirmam ainda que a telessala
oferece, marcadamente, um processo de ensino extremamente fragmentado. Por seus
percursos escolares marcados por interrupções do processo de escolarização e
pelo considerável intervalo de tempo em que os alunos permaneceram afastados do
sistema escolar, a linguagem e o formato que caracterizam as teleaulas não
favorecem a aprendizagem. Os alunos associam a evasão da telessala aos
seguintes fatores: não percepção de aprendizagem suficiente, em termos de
aquisição de conhecimento e saberes significativos e reprovação na avaliação
final, que é externa. Desse modo, a telessala parece desrespeitar determinações
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96 e da própria Constituição
Federal de 1988, ao não garantir a conclusão do ensino médio para a maior parte
dos alunos. Nesse âmbito, cabe ao poder público considerar a necessidade de uma
avaliação ampla e sistemática da telessala, como forma eficiente de educação de
jovens e adultos e criar as condições adequadas de permanência na educação de
jovens e adultos, assegurando, inclusive, as oportunidades de continuidade de
estudos em outros níveis.