Investimento público no ensino médio ainda é
insuficiente, diz ministro
Da Agência Brasil
Folha Online, 29/04/2009 - São Paulo SP
A discrepância entre as notas das escolas particulares e públicas no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) explica-se em parte pelo baixo investimento feito na rede pública de ensino. Foi o que avaliou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Os dados do Enem 2008 por escola foram divulgados pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Em 2007, o investimento público em educação foi de R$ 1.500 ao ano por aluno do ensino médio. "O ensino médio teve um incremento muito importante por parte dos governos estaduais, com aumento de 50% de 2005 para 2007. Mas ainda é muito pouco, o que é investido anualmente praticamente se compara a uma mensalidade das melhores escolas particulares do país."
Para o ministro, as escolas particulares e as públicas federais já atingiram as metas previstas no PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação). Ele prevê que todas as escolas do país tenham média 6 no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). "Elas tem uma média que é a meta do PDE para o país no seu conjunto. Se verificarmos os indicadores de qualidade das públicas federais e das particulares, elas estão num patamar bastante elevado, comparável aos dos países mais ricos do mundo, o que não ocorre com as escola públicas estaduais", afirmou. Para ele, a aferição bianual do Ideb permite monitorar a evolução da rede pública.
Haddad voltou a defender que o novo Enem como forma de seleção para as universidades federais será capaz de melhorar a qualidade do ensino médio. "Por contemplar conteúdos da grade curricular do ensino médio, o novo Enem vai orientar o trabalho das escolas, assim como a Prova Brasil teve efeito sobre o ensino fundamental. Hoje essas escolas conseguem organizar o trabalho em sala de aula pela matriz da Prova Brasil", disse.