MARIÂNGELA TOSTES INNOCÊNCIO. GÊNEROS DISCURSIVOS NA EJA: PELOS
CAMINHOS DA ARGUMENTAÇÃO. 01/12/2005
1v. 190p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA - EDUCAÇÃO
Orientador(es): Paulo Roberto Curvelo Lopes
Biblioteca Depositaria: Biblioteca Central UFJF
Palavras - chave:
Gêneros textuais; educação de jovens e adultos; argumentação
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
Banca examinadora:
Leôncio José Gomes Soares
Linha(s) de pesquisa:
GESTÃO POLÍTICAS PÚBLICAS E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL Relações entre Estado brasileiro e educação no desenvolvimento de práticas em curso nos diferentes sistemas escolares. Estuda o desenv de instrumentos de gestão, avaliação e planej em ed. focalizando tb. as rel. entre ed. desenv. econ., trab e tecnologia.
Dependência administrativa
Federal
Resumo tese/dissertação:
O objetivo deste trabalho foi investigar de que maneira os gêneros que envolvem a argumentação podem contribuir para o desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem dos alunos da educação de jovens e adultos. Para isso, fez-se uma pesquisa qualitativa de abordagem sócio-histórica, balizada nos estudos e trabalhos de Mikhail Bakhtin e Lev S. Vygotsky e seus desdobramentos por meio das atuais pesquisas na área da educação e da didática de língua, representada, sobretudo, pelos trabalhos dos pesquisadores do Grupo de Genebra. Tal pesquisa teve como locus investigativo duas escolas da cidade de Juiz de Fora, uma pertencente à rede pública e outra, à rede particular de ensino. As professoras de Língua Portuguesa do ensino médio se constituíram como sujeitos dessa pesquisa, cujo instrumento metodológico foi a observação mediada, em que, além de se observar as aulas da referida disciplina, realizavam-se com as professoras pequenas entrevistas em que se levantava a possibilidade de questionamento das atividades trabalhadas. A partir do enfoque teórico adotado e da interlocução com outros autores, construíram-se três categorias de análise, buscando encontrar os elementos necessários à compreensão das questões norteadoras da pesquisa: a)o papel do professor na mediação dos gêneros argumentativos; b) a discussão do texto como objeto de uso/objeto de ensino; c) como se tem trabalhado a linguagem oral em uma escola predominantemente escrita. Como principais achados, verificou-se que, embora o discurso documental e discente preconizem o trabalho na Língua Portuguesa a partir da perspectiva dos gêneros textuais, percebe-se que as atividades propostas e praticadas nas aulas ainda não conseguiam atingir plenamente os usos sociais, as finalidades e especificidades dos gêneros, constituindo-se tal trabalho como atividade ainda incipiente e precária, marcado pela intuição e ocasionalidade, sem a intencionalidade característica do processo pedagógico. Além disso, pôde-se depreender que o texto é tomado como objeto de uso na sala de aula, mas não como verdadeiro objeto de ensino, assim como a emergência de se adotar a postura de que o oral se ensina e que é preciso que se construa um objeto de ensino-aprendizagem que confira ao oral legitimidade em relação aos saberes de referência, às expectativas sociais e às potencialidades dos alunos. No que tange aos gêneros que envolvem a argumentação, compreendê-los, não somente como quaisquer outros gêneros ensináveis na escola, mas como um dos instrumentos que possibilite a ampliação da cidadania dos sujeitos da educação de jovens e adultos em cuja tarefa o professor assume papel fundamental.