Folha Online, 13/01/2006 - São Paulo SP

Ingresso na Faculdade foi o motivo da participação no Enem 2005

Da Folha Online

 

Dados coletados por meio dos questionários socioeconômicos, preenchidos pelos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), demonstraram que a razão mais freqüente para a participação no exame foi entrar na faculdade e/ou conseguir pontos para o vestibular (67,05%). De acordo com o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) registrou-se um expressivo aumento em relação a 2004, quando o percentual de candidatos que indicaram esse motivo foi de 42,73%. O crescimento teria ocorrido em função do ProUni (Programa Universidade para Todos) do Ministério da Educação.

 

Em 2004, o principal motivo dos participantes foi o interesse em testar os conhecimentos e a capacidade de raciocínio (44,68%). Entretanto, em 2005, esse foi o objetivo de apenas 21,41% dos participantes do Enem. Além disso, menos de 12% fizeram a última edição do exame visando a conseguir um bom emprego ou para saberem se estão preparados para o futuro profissional. Outra análise, produzida a partir dos questionários coletados, revela que a renda familiar da maioria dos participantes situa-se entre dois a cinco salários mínimos (34,66%), seguida da faixa de um a dois salários mínimos (33,56%). Aqueles que informaram não ter nenhuma renda familiar são 1,43% e estão na faixa de até um salário mínimo 13,54%. Acima de 10 salários mínimos, encontram-se 6% dos casos, sendo que 0,43% tem renda superior a 50 salários.

 

Por intermédio desses números foi possível ainda constatar que, no Enem 2005, os participantes com renda familiar de até dois salários mínimos apresentaram os piores desempenhos tanto na prova objetiva quanto na redação. Os que possuem renda familiar acima de 10 salários mínimos obtiveram melhores resultados.

 

Maioria - Os questionários socioeconômicos coletados também revelaram que a maioria dos participantes do Enem 2005 foi do sexo feminino (62,69%). Menos da metade (44,24%) dos presentes estavam na faixa de idade regular do ensino médio (até 18 anos), sendo que 14,24% tem idade igual ou superior a 26 anos. Quanto à cor, 45,61% se declararam como brancos, 38,26% como pardos, 11,91% como negros, 3,37% como amarelos, e apenas 0,86% como indígenas. Com relação ao estado civil, a grande maioria (87,03%) continua sendo de solteiros, entretanto, o percentual de casados aumentou em relação ao ano anterior: 11,23% contra 5,19%, respectivamente.

 

A maioria (52,34%) dos participantes já exerceu atividade remunerada por pelo menos um ano durante o ensino médio. Entre estes, as finalidades mais indicadas para trabalharem foram: ajudarem os pais nas despesas com a casa e sustentarem a família (51,16%) e serem independentes (29,88%). Apenas 13,52% indicaram que o motivo foi adquirir experiência. Contudo, os dados coletados também destacaram que a maior parte desses candidatos (64,60%) indicou que trabalhar e estudar simultaneamente durante o ensino médio foi positivo no sentido de possibilitar crescimento pessoal.