Índice de empregabilidade de
ex-alunos da rede federal de escolas técnicas chega a 72%
Da Agência Brasil
Portal UOL Educação, 07/05/2009
Dos 2 mil ex-alunos entrevistados que estudaram, entre 2003 e 2007, em uma das 130 escolas pesquisadas 65% trabalhavam em sua área de formação. Por anos, as escolas federais formam cerca de 40 mil técnicos em cursos com duração média de dois anos. O governo federal está expandindo a sua rede de escolas técnicas que agora são chamadas de Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia (Ifets). Hoje, o país tem 215 unidades e até 2010 irá concluir as obras de outras 139. Para o secretário de educação profissional do MEC, Eliezer Pacheco, o resultado não surpreende porque há grande demanda por mão de obra especializada no país. "Eu arriscaria dizer que não há técnico de nível médio desempregado no país, há os que optaram por outras atividades. No último levantamento que fizemos havia 2 mil postos de trabalho no país não ocupados por falta de mão de obra qualificada. O Brasil ainda importa um grande números de técnicos estrangeiros para trabalhar aqui", avalia Pacheco.
Do total de entrevistados, 34% apenas trabalham e 38% trabalham e estudam. No total, cerca de 7% não fazem nenhuma dessas atividades. O Sul do país é a região com melhores resultados: 74% dos ex-alunos estão empregados e 77% na área em que se formaram. "As diferenças econômicas entre as regiões é muito grande e isso se reflete na empregabilidade. O Sul tem um processo de desenvolvimento industrial mais acentuado", explicou. Entre as mulheres o índice de empregabilidade cai para 66%. Além disso, 49% delas ocupa postos de trabalho que não estão ligadas com a área de formação. Na avaliação de Pacheco, o resultado é reflexo da discriminação no mercado de trabalho. "Os empregadores ainda acham que existe trabalho de homem e trabalho de mulher. Na área técnica isso é ainda mais forte", afirmou. O secretário acredita que os altos índices de alunos que conseguiram uma vaga no mercado de trabalho está ligado ao perfil dos cursos que são escolhidos de acordo com as necessidades de cada região. Dentre os empregados, 74% trabalham em locais com distância máxima de 50 quilômetros das escolas em que estudaram. "Eles estão contribuindo com o desenvolvimento local porque os cursos tem uma relação com os sistemas produtivos da região. Quem escolhe os cursos que serão ofertados não é o MEC, mas a comunidade da região", explicou. Para o secretário, ainda predomina no país a cultura "bacharelista" com a supervalorização do ensino superior em detrimento a formação profissional. "Isso tem a ver com a nossa história das relações de trabalho. Em países desenvolvidos não há nenhuma desonra em ser operário. Mas aqui muita gente ainda prefere ser um doutor desempregado do que um técnico", avaliou.