IFMS aborda qualificação
profissional no campo em seminário em Dourados
27/08/2015
O
Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) deu início nesta quinta-feira,
27, ao 1º Seminário da Educação Profissional e Tecnológica do Campo, que irá
pensar a formação e qualificação profissional a partir das particularidades dos
povos do campo.
O
evento, organizado em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), é realizado no auditório da Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados.
Cerca de 70 participantes de instituições de ensino, de pesquisa rural e
movimentos sociais participam das palestras e grupos de trabalho que integram o
encontro.
“Esse
momento permite que instituições que trabalham na formação profissional no
campo dialoguem para que cada vez mais a relação de ensino e aprendizagem
contemple as demandas de nossos arranjos produtivos e sociais”, analisou o pró-reitor
de Extensão do IFMS, Moacir Augusto de Souza.
De
acordo com o pró-reitor, os Institutos que integram a Rede Federal de Educação
Profissional, Científica e Tecnológica, da qual o IFMS faz parte, podem
contribuir para a fixação de famílias no campo ao oferecer conhecimento para
agregar valor à produção e oportunidades de emprego e renda.
“Umas
das características da Rede Federal é a capilaridade, é levar formação e
qualificação a municípios e localidades distantes dos grandes centros e
cidades. Os IFs tem a missão de atender às
necessidades das regiões em que se situam”, apontou.
O
Seminário conta com o apoio da Secretaria de Estado de Educação, Secretaria de
Estado de Produção e Agricultura Familiar, Agência de Desenvolvimento Agrário e
Extensão Rural (Agraer), Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar) e Ministério da Pesca e
Agricultura.
Desafios
– Para a representante do MDA no Seminário, Maria Aparecida Bouzada,
é necessário que as instituições repensem a
metodologia utilizada na oferta educacional no campo para terem êxito na
manutenção de jovens na agricultura familiar.
“O
trabalho entre o MDA e o Ministério da Educação deve ser orientado para
melhorar o currículo dos cursos de qualificação profissional e a formação de
professores para a educação do campo. É preciso reconhecer que o conhecimento
que agricultor familiar detém e trabalhar a partir dele”, disse.
Maria
Aparecida acredita que um dos maiores desafios da educação profissional no
campo é o de contextualizar a agricultura familiar e trabalhar com uma nova
realidade rural.
“O
Brasil é mais rural do que pensamos. Há uma nova ruralidade. São 4.957
municípios com até 50 mil habitantes no país, cuja economia está vinculada à
atividade rural. São 4,3 milhões de unidades familiares de produção no país”,
afirmou.
Programação
– A primeira atividade do evento, realizada na manhã desta quinta-feira, foi
uma palestra que abordou a pedagogia da alternância, metodologia que busca
integrar a realidade e o conhecimento prático do homem do campo ao conhecimento
sistematizado da academia.
“A
mescla de vivências e experiências, a busca por tempos e espaços distintos e a
valorização de diferentes conhecimentos teóricos e práticos são características
da pedagogia da alternância fundamentais para trabalhar a educação do campo”,
explicou a palestrante Luciene da Silva, professora da Universidade Federal de
Mato Grosso do Sul (UFMS) em Ponta Porã.
A
programação segue na parte da tarde, com seis grupos de trabalhos (GTs) que serão responsáveis por elaborar propostas de novas
metodologias e estratégias para o aprimoramento da oferta de cursos técnicos e
tecnológicos.
Os
temas de debate dos grupos são a divisão social e territorial do trabalho;
cultura e identidade; interdependência campo-cidade; organização política,
movimentos sociais e cidadania; alternativas metodológicas para organização dos
saberes escolares; e alternativas metodológicas para a
organização do tempo e do espaço escolar.
As
sugestões serão apresentadas no encerramento do Seminário, na manhã desta
sexta-feira, 28. Elas serão reunidas em um documento de referência, que será
enviado para o Seminário Nacional de Educação Profissional e Tecnológica do
Campo, ainda sem data prevista para realização.
Educação
no campo – Segundo definição do Ministério da Educação (MEC), é a educação
pensada a partir das particularidades dos povos do campo.
O
IFMS oferta diversos cursos relacionados à temática. No Campus Nova Andradina, são oferecidos os cursos técnicos de Agropecuária
e Zootecnia, e os cursos superiores de Agronomia e Tecnologia em Produção de
Grãos.
No
município de Ponta Porã, a oferta é de cursos
técnicos de Agricultura e Fruticultura e os superiores em Agronomia e
Tecnologia em Agronegócio.
Já
o Campus Coxim iniciou neste ano o curso técnico subsequente em Aquicultura.