IBGE: nordeste lidera alfabetização para adultos com 52%
22 de maio de 2009
O estudo "Aspectos Complementares da Educação de Jovens e Adultos e Educação Profissional", realizado pelo IBGE em convênio com o Ministério da Educação, aponta que a região do Brasil que teve maior número de participantes nos cursos de Alfabetização de Jovens e Adultos (AJA) no ano de 2007 foi a nordeste. De um total de 2,5 milhões de pessoas que freqüentaram os cursos do AJA naquele ano no País, 1,3 milhão (ou 52%) eram de estados do nordeste. O estudo é um suplemento da Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e foi divulgado nesta sexta-feira.
Segundo o IBGE, esses números do nordeste se explicam porque esta é a região que apresenta o maior número de analfabetos no País, 7,5 milhões. As regiões sul, norte e centro-oeste foram as que apresentaram menores números nos cursos do AJA. No ano da pesquisa, os cursos da região sul tiveram 265 mil alunos, na região norte foram 169 mil e na região centro-oeste foram 125 mil alunos.
O presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes, afirma que "essa pesquisa retrata as disparidades que ainda existem no Brasil. A maior procura por complementos do estudo é no nordeste já que é a região onde existe maior trabalho infantil e com isso crianças precisam deixar os estudos e só retomam na fase adulta."
Do total de alunos no país, a maioria eram mulheres (1,4 milhão), quase a metade deles (44, 7%) tinha 50 anos ou mais de idade, 21,4% tinha entre 40 e 49 anos e 19,3% tinha de 30 a 39 anos de idade.
Segundo Maria Lúcia Pontes, da Diretoria de Pesquisa e Coordenação de trabalho e rendimento do IBGE, a idade média da maioria dos alunos do AJA tem explicação nas condições do ensino há décadas atrás. "Na época da pesquisa, a maioria daqueles que freqüentavam a alfabetização eram pessoas de 50 anos ou mais, isso se explica porque é nessa faixa etária que se tem a maioria dos analfabetos do País", afirmou.
Quanto ao rendimento mensal domiciliar destas pessoas, o IBGE aponta que cerca de 487 mil tinham rendimento de até um quarto de salário mínimo; 622 mil recebiam até meio salário mínimo e 722 mil situavam-se na faixa de meio a um salário mínimo. Mas, apesar dos baixos salários, mais da metade dos alunos estavam empregados.
A maioria dos alunos - 1,6 milhão ou 66% do total - afirmou que aprender a ler e escrever foi a motivação principal de freqüentar os cursos da AJA. Retomar aos estudos, foi o motivo de 536 mil pessoas, 21,8% do total, e conseguir melhores oportunidades de trabalho era a razão de 195 mil, 7,9% dos participantes do AJA.
Redação Terra
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