> Diário da Tarde,
01/06/2007 - Belo Horizonte MG
Hora do ensino
profissionalizante
Editorial
O GOVERNO brasileiro precisa, urgentemente,
trabalhar pela valorização dos cursos profissionalizantes, pois assim estará
não só propiciando ensino aos adolescentes, mas também abrindo perspectivas de
futuro mais promissor para os jovens de famílias pobres, que são os que mais
necessitam exercer alguma atividade remunerada, tanto para garantir seu
sustento quanto para ajudar seus pais e irmãos. EM MINAS Gerais,
assistimos à expansão de muitas indústrias, com todas elas exigindo que o
trabalhador comprove experiência para ser contratado. Essa realidade do mercado
de trabalho provocou uma enorme corrida aos cursos profissionalizantes, que
chegam a registrar, em
Belo Horizonte, a disputa de 55 candidatos por uma vaga,
assinalando o déficit existente na área do ensino técnico. NAS ESCOLAS do
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e no Centro Federal de
Educação Tecnológica (Cefet) de Minas Gerais, vinculados
ao Ministério da Educação, a competição por uma vaga ultrapassa os números
verificados no prestigiado curso de Medicina da UFMG. O INTERESSE dos jovens
por cursos profissionalizantes pode ser detectado até em profissões que atendem
a empresas prestadoras de serviços, enchendo as salas de aula mantidas pelo
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Em Belo Horizonte, os
candidatos à formação de estética facial e corporal formam três turmas por mês,
deixando de fora muitos excedentes. AS EMPRESAS, desde o ano de 2000, vêm
afunilando os processos de contratação de pessoal e, assim, dão preferência não
só a quem concluiu o ensino médio, mas também aos candidatos que apresentam
comprovação de prática na função. DESSA forma, os jovens começam a perceber a
importância da qualificação profissional, como forma de atender às exigências
feitas pelas empresas, que, no caso de Minas Gerais, diante do crescimento das
indústrias metalúrgicas, incluindo a siderurgia, ampliaram a cobrança de
experiência e conhecimento dos candidatos nos processos de seleção, assinalando
de forma explícita, para as autoridades envolvidas com a gestão da educação no
Brasil, que já é tempo de dar ao ensino profissionalizante um tratamento
prioritário, como acontece em países desenvolvidos, que têm consciência de que
não há como construir uma sociedade em que todos sejam universitários.