Iara Aquino Henn. Sujeitos de conhecimento, cultura e poder: educação de pessoas jovens e
adultas. 01/03/2006
2v. 152p. Mestrado. UNIV. REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - EDUCAÇÃO NAS CIÊNCIAS
Orientador(es): Elza Maria Fonseca Falkembach
Biblioteca Depositaria: Biblioteca Mario Osorio Marques
Palavras - chave:
cultura, poder, educação de jovens e adultos
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
Banca examinadora:
André Souza Lemos
Maria Clara Bueno Fischer
Linha(s) de pesquisa:
Pedagogia e Instituições da Educação Esta linha trata da pedagogia como campo específico de saber orientado ao estudo da ação pedagógica e da formulação de políticas que organizam a educação em contextos históricos específicos. Abrange também o estudo das instituições de educação na perspect
Dependência administrativa
Particular
Resumo tese/dissertação:
Em um tempo em que as transformações vêm complexificando os tecidos sociais, tanto as organizações, como os grupos, os movimentos e os sujeitos são desafiados a (re)organizar suas trajetórias de vida. Mas, como o contexto é de incertezas, flexibilidades e riscos, o acesso e a produção do conhecimento tornam-se imprescindíveis. Nessa perspectiva, a Educação de Pessoas Jovens e Adultas apresenta-se como um tempo/espaço alternativo, no qual os sujeitos terão possibilidades de (re)construir e (re)significar saberes e relações. O conhecimento converte-se em tema importante na constituição dos sujeitos. Isto nos leva a pesquisá-lo numa experiência educativa de EPJA, da Escola Estadual de Educação Básica Cruzeiro, nas turmas de Ensino Médio. A pesquisa a que nos propomos investiga como o conhecimento, o poder e a cultura são vividos na EPJA e como isso interfere na constituição do sujeito – na sua subjetividade. Na interação com a experiência em análise perguntamos: Quais representações do conhecimento os sujeitos carregam consigo decorrentes de experiências escolares anteriores e como eles estão (re)construindo suas representações e se constituindo como sujeitos epistemológicos? Quais sentidos são atribuídos, nos percursos educativos, aos saberes culturais apreendidos fora da escola? Os sujeitos que os trazem sentem-se sujeitos de cultura? Quais elementos aparecem na dinâmica de convivência e nas diferentes relações que apontam para a vivência de novas experiências de si e os fazem sujeitos de poder? Para compreender e identificar as situações vividas pelos sujeitos da pesquisa recorremos, de um lado, a produções teóricas de pensadores de EPJA que auxiliaram a explicitar a proposta pedagógica, de outro lado, os autores dos estudos culturais, e, em especial ao pensamento de Michel Focault e seus comentadores, os quais contribuíram para problematizar e interpretar a realidade empírica abordada. A construção da pesquisa aconteceu a partir de observações feitas em salas de aula incluindo a escuta dos comentários feitos entre os/as educandos/as sobre suas vivências. Entrevistas foram também realizadas com os/as educandos/as sob a forma de produção textual livre relatando o cotidiano da sala de aula e de perguntas semi-estruturadas, cujas respostas foram redigidas por escrito. Amparamos-nos também nas leituras que fizemos das fontes documentais organizadas e arquivadas na escola pela coordenação pedagógica e educadores/as. No percurso da pesquisa identificamos que a vivência do ato epistemológico, de relações mais democráticas, bem como, o reconhecimento dos saberes culturais possibilitaram aos sujeitos (re)organizarem suas formas de “ser, estar e fazer” no mundo. Sentem-se outras pessoas, agem com mais coragem, determinação e segurança. Depois de retornarem aos estudos os jovens e adultos se olham, se gostam e se cuidam contrapondo a ética apontada pelo mercado neoliberal com outra, ainda que de forma tímida; apontam para experiências de “conduta solidária”, constituindo-se assim em sujeitos de conhecimento, cultura e poder.