Haddad anuncia
mudanças no programa Brasil Alfabetizado
11/01/2007 16:43
A alfabetização de jovens e adultos será feita, a partir de agora, por
professores das redes públicas estaduais e municipais da educação básica e não
mais por alfabetizadores leigos. A mudança no programa Brasil Alfabetizado foi
anunciada nesta quinta-feira, 11, pelo ministro da Educação, Fernando Haddad,
em Natal (RN), aos nove governadores do Nordeste. O ministro também adiantou
que os recursos do Brasil Alfabetizado em 2007 serão de R$ 300 milhões. Em
2006, foram R$ 200 milhões aplicados.
A medida, explicou Haddad, visa atacar a ineficiência da alfabetização
revelada nas amostras anuais realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE), desde a criação do programa. O ingresso de professores
das redes públicas é uma tentativa de melhorar os índices de aprendizado de
jovens e adultos. O Nordeste, disse o ministro, apresenta 17,4% de analfabetos,
quase o dobro da taxa nacional, e exige medidas práticas para reverter o
quadro.
No novo modelo de alfabetização caberá aos estados e municípios cadastrar
jovens e adultos analfabetos, cadastrar e capacitar os professores da rede que
desejam participar da atividade alfabetizadora e acompanhar a execução do
ensino. Será responsabilidade do Ministério da Educação pagar bolsa mensal de
R$ 260,00 ao professor que aceitar a tarefa de alfabetizar em turno diferente
daquele que faz na escola, repassar os recursos para estados e municípios para
capacitar professores, supervisionar o programa e oferecer merenda e transporte
escolar nos casos em que o aluno depender desse incentivo para permanecer na
escola aprendendo. Para o ministro, os efeitos positivos desta iniciativa serão
a valorização do professor, que passa a ser agente ativo do programa, melhoria
da renda mensal do professor e a oferta de uma educação de mais qualidade aos
jovens e adultos.
Selos — Para incentivar os municípios a
investir na alfabetização de jovens e adultos, Fernando Haddad disse que o
governo federal vai criar dois selos: Cidade
Livre do Analfabetismo, destinado às cidades que, no Censo
Demográfico de 2010, confrontados com os dados colhidos pelo IBGE em 2001,
apresentarem taxa de analfabetismo inferior a 3%; e o Cidade Alfabetizadora, para a cidade
que, em 2010, em relação ao censo de 2001, tenha reduzido o analfabetismo em
50%. “A grande vantagem dessa ação é que se não der resultado na redução do
analfabetismo, no mínimo, vamos melhorar a escola pública brasileira”, concluiu
Haddad.
Participaram do encontro com o ministro Haddad nesta manhã os governadores
de Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e
Maranhão. O governador Jaques Wagner, da Bahia, participa da reunião nesta
tarde. O encontro com os governadores conta, também, com a presença do
ministro da Integração Regional, Pedro Brito, e do secretário executivo do
gabinete das Relações Institucionais, Vicente Trevas.
Rodrigo Dindo e Ionice Lorenzoni