Haddad sugere uma revisão do ensino médio na América Latina
09/06/2010
Buenos Aires —
Repensar o ensino médio foi a linha do discurso do ministro da Educação,
Fernando Haddad, no encerramento do Seminário Internacional A Educação no
Contexto da Integração Latino-Americana e o Papel do Ensino Médio, na
terça-feira, 8,
O seminário
foi promovido pelo Mercosul Educacional e realizado no
Ministério da Educação da Argentina,
Em seu pronunciamento, Haddad salientou que o ensino médio sempre foi visto como um rito de passagem da educação básica para o ensino superior e para as classes altas da população. “Estamos em processo de recuperação do tempo perdido em educação que tanto aflige nossos países, somando esforços para sanar a dívida educacional com nossos povos”, disse.
Para o ministro, é hora de pensar em novas soluções para garantir o interesse e a permanência dos jovens no ensino médio. “Uma maior abertura implica inovar, sair do propedêutico e pensar novos itinerários formativos, ampliar as necessidades de formação para o plano do esporte, da cultura”, afirmou.
Hoje, na opinião de Haddad, o jovem pede mais que a escola do século 20 foi capaz de oferecer. “Não há país da América Latina que não esteja preocupado com a problemática da juventude, e nossos países têm se debruçado sobre problemáticas comuns”, completou.
Desafios — As apresentações de representantes da Argentina, do Uruguai e do Brasil mostraram que há muito em comum nos desafios impostos e nas cobranças feitas a cada um dos países da região. De acordo com a publicação Informe sobre Tendências Sociais e Educativas na América Latina (2008), do Instituto Internacional de Planejamento da Educação de Buenos Aires e da Organização dos Estados Iberoamericanos para Educação, Ciência e a Cultura (OEI), um em cada dez adolescentes latino-americanos não estuda, não trabalha nem busca trabalho e 6% dos adolescentes entre 15 e 17 anos estão atrasados pelo menos quatro anos em relação à série correspondente à idade. Nos países da América Central, a proporção de adolescentes atrasados quatro anos ou mais é quatro vezes maior em relação aos países do Cone Sul, onde tal situação não chega a 3% dos estudantes, oriundos, quase na totalidade, de famílias de baixa renda. Essa situação tende a piorar em relação a alunos do sexo masculino e moradores de áreas rurais.
“Temos hoje um clima social favorável a cobrar o direito pela educação e a garantia à educação inclusiva, para todos”, afirmou Pablo Urquiza, diretor de políticas socioeducativas do Ministério da Educação da Argentina. “Educação e conhecimento são bens públicos e direitos sociais, que devem ser garantidos pelo Estado”, diz Stella Maldonado, secretária-geral da Confederação dos Trabalhadores da Educação da República Argentina (Ctera).
Assessoria de Comunicação Social
Palavras-chave: ensino médio, Mercosul, seminário
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