Haddad cita presidente do Instituto FHC para defender obra
31/05/2011
Ao responder à
primeira sequência de perguntas de parlamentares
sobre o livro Por Uma Vida Melhor, durante audiência pública na Comissão de
Educação do Senado Federal, nesta terça-feira, 31, o ministro da Educação,
Fernando Haddad, citou artigo do diretor-executivo do Instituto Fernando
Henrique Cardoso, Sérgio Fausto, que defende a obra. Haddad também citou o
apoio de cerca de 20 entidades ligadas à educação, entre elas, a Associação
Brasileira de Linguística (Abralin)
e a Associação Brasileira de Linguística Aplicada do
Brasil (Alab). O ministro também destacou o apoio à
obra por professores universitários de teoria literária e linguística
e citou a escritora Ana Maria Machado. No registro dos anais da Academia
Brasileira de Letras (ABL), ela diz “ter sido usada” no debate e que não teria
se manifestado da forma que fez caso tivesse lido o capítulo inteiro do livro.
No artigo Educação em Debate, publicado no jornal O Estado de S. Paulo, na
segunda-feira, 30, Sérgio Fausto afirma: “O procedimento consiste na
desqualificação de ideias sem o mínimo esforço prévio
de compreendê-las. Funciona assim: diante de mero indício de convicções
contrárias às minhas, detectados em leitura de viés ou simples ouvir dizer,
passo ao ataque para desmoralizar o argumento em questão e os seus autores. É a
técnica de atirar primeiro e perguntar depois. A vítima é a qualidade do
debate”.
Mais adiante,
o mesmo Sérgio Fausto destaca: “Noves fora um certo
ranço ideológico, aqui e ali, o livro é de bom nível. Trabalho de gente séria,
que merece crédito. E um pouco mais de respeito. Fica o testemunho: a ONG
responsável pela obra tem entre seus dirigentes, se a memória não me trai,
profissionais responsáveis, no passado, por um dos melhores cursos de educação
de jovens e adultos da cidade de São Paulo, o supletivo do Colégio Santa Cruz”.
O autor do artigo também observa: “O desempenho dos alunos em português vem
melhorando, em especial no primeiro ciclo do ensino fundamental, conforme
indicam avaliações nacionais e internacionais, ainda que mais lentamente do que
seria desejável e necessário (...)”.
Avaliação -
Haddad informou os senadores sobre o desempenho dos alunos brasileiros no
Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Em 2010 o Brasil foi
o terceiro país que mais cresceu, superando 12 nações. Hoje, ocupa o 53º lugar,
mas está próximo do Chile e de Israel, nações reconhecidas no mundo por seus esforços
na área educacional. Sobre o livro Por uma Vida Melhor, Haddad explicou aos
parlamentares que não há educador que não defenda o ensino da norma culta em
qualquer etapa do ensino, mas que a abordagem para alcançar esse objetivo pode
ser diversa.
História - O ministro disse ainda ser inviável retirar a história contemporânea dos livros didáticos, como sugeriram alguns senadores. “Estaríamos na contramão do que vêm fazendo as universidades do país, ao cada vez mais cobrar conteúdos de história contemporânea. É adequado que façam isso”, disse Haddad. De acordo com o ministro, o programa do livro didático do Ministério da Educação foi estruturado para suportar a situação-limite na qual se encontra, entre a censura e a qualidade das obras. “Há modelos alternativos, como o totalmente estatal e aquele no qual o mercado simplesmente oferece os livros”, explicou, ao indicar que o modelo brasileiro é híbrido, mas sem o viés da censura. Sobre eventuais mudanças no decreto que regulamenta o livro didático, Haddad disse estar aberto a sugestões, se forem pontuais. “Se for algo mais estrutural, o Congresso Nacional pode fazer isso por meio de projeto de lei.” Assessoria de Comunicação Social
Correio Braziliense - Brasília DF