Formação profissional e acesso ao mundo do trabalho são os desafios

24/10/2008 17:40:00

 

Os 12 centros federais de educação profissional e tecnológica (Cefets) e a Escola Técnica Federal de Palmas, responsáveis pela execução do projeto Mulheres Mil nos estados, estão discutindo propostas para o Sistema de Acesso e Permanência das alunas nas instituições. Em fase de implementação pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), em cooperação com o governo do Canadá, o programa oferece cursos de capacitação para mil mulheres de baixa renda das regiões Norte e Nordeste, de acordo com a vocação econômica local.

Entre os pontos debatidos estão a institucionalização da matrícula das mulheres para que elas tenham acesso à assistência prevista aos alunos e garantida a certificação, a organização de recursos humanos e materiais, prevendo a estruturação de equipe multidisciplinar e do escritório de acessos aos Cefets e ao mundo do trabalho. Márcia Moreschi, membro da gerência nacional, ressalta que é necessário elaborar alternativas não-tradicionais. “Estamos trabalhando com mulheres desfavorecidas, com faixa etária entre 20 e 60 anos, baixa escolaridade e que acham que os Cefets não são um espaço para elas. Por isso, temos que, nesse primeiro momento, buscá-las nas comunidades e organizar uma infra-estrutura na instituição onde elas se sintam acolhidas e incluídas”, pontua Moreschi.

Outro desafio é implementar o módulo de permanência para que as alunas possam continuar a sua formação profissional. “O projeto prevê a elevação de escolaridade e a capacitação em uma área escolhida pelo grupo, mas não vamos parar por aí. A meta é encaminhá-las para um Proeja médio ou fundamental, de acordo com o nível de escolaridade e, futuramente, proporcionar que cheguem a um curso superior”, explica.

            Márcia Moreschi ressalta que o acesso ao mundo do trabalho é outro aspecto que deve ser contemplado. Em todos os estados, as mulheres terão aulas sobre empreendedorismo e cooperativismo com o objetivo de estimular a criação de alternativas de produção solidária. “Além das orientações, é necessário pensar em uma sistemática de acompanhamento das iniciativas, para que elas possam encontrar na instituição o apoio que precisam no momento em que tiverem enfrentando dificuldades”, acrescenta.

Em novembro, ocorrerá em Brasília uma oficina entre Brasil e Canadá sobre o tema, quando será definido um documento referência para as instituições executoras do Mulheres Mil. De acordo com Moreschi, a meta é que a partir de 2010 o programa seja implantado em toda a rede federal.  “O Mulheres Mil deverá ser integrado às políticas públicas e passar a beneficiar cidadãs em situação de vulnerabilidade social de todo o Brasil”, pontua. 

Cursos – As primeiras turmas iniciaram a capacitação este ano e devem concluir a formação em 2009. Em Manaus, os cursos serão na área de turismo; em Aracaju, serão trabalhados programas de formação em reciclagem de resíduos sólidos; em Alagoas, as mulheres serão capacitadas na área de alimentos; e nos demais estados, os cursos serão desenvolvidos nas áreas de artesanato, vestuário e beneficiamento de couro de peixes.

 

Assessoria de Comunicação do Projeto Mulheres Mil

 

Fonte:

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=11466