Fernando Haddad quer renda do pré-sal na educação profissional 

Portal UOL Educação, 16/09/2008

 

O ministro da Educação, Fernando Haddad, declarou nesta segunda-feira (15) que os recursos obtidos com o pré-sal deverão ser destinados a investimentos na educação profissionalizante. "(Precisamos) garantir já no ensino médio que todo jovem que não chegar à universidade tenha educação de qualidade e integrada à educação profissional", disse o ministro em entrevista a correspondentes internacionais no gabinete regional da Presidência da República, em São Paulo.

Segundo ele, os recursos do pré-sal também deverão financiar investimentos na ampliação do acesso à educação infantil, na criação de mais vagas nas universidades, na formação - e remuneração - dos professores e no fortalecimento do ensino médio.  O ministro disse ter "conversado muito" sobre o assunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de semana, em Petrópolis, Rio de Janeiro, onde os dois participaram da inauguração de uma escola técnica federal. "Ele (Lula) já me encomendou a constituição de um grupo de estudo para apresentar para ele - no final do ano ou no começo do ano que vem - o que será feito com esse fundo de recursos novos para a educação." Segundo Haddad, os estudos vão ocorrer em paralelo com as discussões sobre o marco regulatório do petróleo, das quais o MEC não participa.

PED 2 - Lula já batizou o conjunto de medidas de educação que deverão ser financiados pelos recursos esperados da exploração do pré-sal de "PED 2", em referência ao Plano de  Desenvolvimento da Educação, um conjunto de programas voltados para a melhora da qualidade da educação brasileira.

Como as metas do PDE atual estão estabelecidas até 2011, "a etapa pré-sal" do plano deverá ter vigência a partir de 2011 e dar início a um novo ciclo de dez anos. Questionado sobre quanto dos recursos do pré-sal gostaria de ver destinado à educação, o ministro da Educação respondeu "100%", em tom de brincadeira. Lembrado de que o ministro da Cultura, Juca Ferreira, já havia pedido 1%, disse então que se contentaria com "99%". Outros ministros - incluindo Nelson Jobim (Defesa) e José Pimentel (Previdência) - já expressaram publicamente a vontade de ter uma fatia do pré-sal.