Raimundo Nonato de Oliveira Falabelo. A indissociável inter-relação afetividade e
cognição nos processos de leitura e escrita na Educação de Jovens e Adultos.
01/01/2005
1v. 203p. Doutorado.
UNIVERSIDADE METODISTA DE PIRACICABA - EDUCAÇÃO
Orientador(es): Roseli Aparecida Cação Fontana
Biblioteca Depositaria: Taquaral/UNIMEP; INEP
Palavras - chave:
Relações de ensino; afeto; cognição
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
DE ADULTOS
Banca examinadora:
Ivone Martins de Oliveira
Linha(s) de pesquisa:
Formação de Professores Este núcleo investiga a problemática
de como aprender a ensinar e de como ensinar a ensinar segundo modelos de
formação inicial e continuada mais adequados à complexidade que caracteriza a
ação docente.
Dependência administrativa
Particular
Resumo tese/dissertação:
Neste trabalho, procurei estudar como, em
situações de leitura e escrita ocorridas nas dinâmicas interativas de classes
da Educação de Jovens e Adultos, inter-relacionavam-se
e afetavam-se reciprocamente afetividade e cognição. Como pressupostos
teóricos, recorri à perspectiva histórico-cultural do desenvolvimento humano,
em Vigotski e à Teoria da Enunciação, em Bakhtin. Preocupei-me
em focalizar o movimento das relações intersubjetivas e colher os eventos
singulares, materializados nos fragmentos da vida dos sujeitos – alunos e
professores – , que se iam dando a ver em sua imediaticidade e em suas condições sociais e concretas de
produção. Os dados, apreendidos através de observações e entrevistas, foram
organizados em narrativas, no contexto das quais fui realizando os comentários
analíticos. Os resultados apontam para a necessidade de se considerar que o
afeto está presente em toda e qualquer ação humana; sendo assim, ele está presente em todos os sujeitos em interação, professores e
alunos, assim, como no próprio conhecimento (afetividade do conhecimento),
enquanto produção humana. Nega-se a dicotomia afeto e
cognição, ressaltando-se a inadequação de se considerar essas duas dimensões da
vida psíquica de forma isolada; chama-se a atenção para o fato de que essas
dimensões se inter-relacionam e afetam-se mutuamente, e somente nesse processo
de indissociação podem ser compreendidas. O afeto é
sempre relacional porque implica a relação de sentido e significação e,
portanto, é constitutivo da vida psíquica de todo indivíduo. O afetivo, por
conseguinte, nas relações de ensino, não se caracteriza apenas por uma única
função (afeto positivo), mas em sua ambivalência ou plurivalência,
porque dependente da apreciação que o sujeito faz da relação com o contexto
sócio-cultural e histórico, dos sentidos e significados em circulação. As
emoções e os afetos, assim, manifestar-se-iam na dinâmica interativa em
circunstância dos sentidos e significados que os sujeitos atribuem às suas
relações com o outro e com os objetos culturais, mediados pela linguagem.