Estudantes do ensino médio buscam se preparar para o
mercado de trabalho
Os cursos técnicos integrados ao
ensino médio são desenvolvidos nas escolas que trabalham na modalidade de
jornada ampliada
19/09/2014
Estudantes da
capital estão em busca de qualidade de vida, qualificação profissional, emprego
e renda. Foi o que constatou a pesquisa “Ouvir para Agir”, realizada pela
Secretaria de Estado da Juventude. O
levantamento, feito entre os meses de agosto e setembro, envolveu 705 jovens
entre 15 e 29 anos de escolas publicas, particulares e universidades da
capital.
No Tocantins,
projetos da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc)
vão ao encontro dos anseios desta parcela da população por meio da oferta de
programas que integram o ensino médio ao técnico e profissionalizante. Além de
preparar o aluno para o ingresso na universidade, a rede estadual também
contribui para inserir o estudante no mercado de trabalho. Atualmente, cerca de
20 escolas estaduais oferecem estas modalidades de ensino, atendendo a mais de
2.800 estudantes.
“Com a oferta
dos cursos a intenção é que os alunos concluam o ensino médio e após esse
período já sejam absorvidos pelo mercado de trabalho. Todas as ações executadas
pela Seduc no ensino médio têm o intuito de
fortalecer essa modalidade de ensino, primando também pela formação continuada
do professor, valorizando o profissional da educação e elevando a qualidade do
ensino ofertado na rede estadual”, destacou a diretora de Desenvolvimento da
Educação da Seduc, Malu Macêdo.
Ensino
médio integrado
Os cursos
técnicos integrados ao ensino médio são desenvolvidos nas escolas que trabalham
na modalidade de jornada ampliada. A oferta dos cursos leva em consideração o
potencial econômico de cada localidade e podem abordar áreas como
Administração, Agropecuária, Vendas, Comércio, Logística, Agente Comunitário de
Saúde, Música, Suporte e Manutenção em Informática, Turismo, Zootecnia e
Agronegócio.
O Colégio da
Polícia Militar de Palmas é umas das unidades de ensino que permite aos
estudantes optar em cursar o ensino médio regular ou o técnico integrado. A
escola tem na grade o curso técnico em Redes de Computador e Música.
Gabriel Estevão
Cardoso, de 16 anos, cursa o 2º ano e conta que optou o curso de Redes buscando
um diferencial para o currículo profissional. “Se há a possibilidade de escolher
entre o ensino médio normal e o técnico, acho que fazendo o técnico vai ser
mais completo e vou ter esse algo a mais no meu currículo na hora de conseguir
um emprego, além de ter uma noção mais real do que é um curso nessa área na
faculdade”, ressaltou.
As aulas
práticas são as que mais chamam a atenção da aluna Thaynara
Santana Marques, de 17 anos, que também cursa o 2º ano de Redes em
Computadores. Segundo a estudante, o curso técnico vai ser relevante para a
profissão que irá seguir independente da área escolhida. “Ainda não sei se vou
fazer Direito ou Informática, mas acho que em qualquer área hoje os
profissionais precisam estar cada vez mais preparados na área de Informática.
Até as profissões mais simples exigem que você tenha um mínimo de conhecimento
e aqui aprendemos muito mais que isso. É curso bem completo”, frisou.
De acordo com o
professor do curso de Redes em Computadores, Frederico Pires Pinto, muitos dos
ex-alunos da unidade de ensino ingressaram no mercado de trabalho assim que
concluíram o ensino médio. “Além das disciplinas comuns do ensino médio aqui
eles têm aulas teóricas e práticas desenvolvidas nos laboratórios da escola,
além de participarem de cursos complementares e projetos extras realizados em
parceria com universidades. O aluno sai com esse diferencial de estar apto a
trabalhar com programação e desenvolvimento de softwares. Temos muitos alunos
que saíram do colégio e já estão atuando na área trabalhando em grandes
empresas”, destacou.
Educação
de Jovens e Adultos
Já na Escola
Estadual Frederico José Pedreira Neto, em Palmas, o curso técnico em Enfermagem
é ofertado pelo Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a
Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos
- Educação Profissional Técnica de Nível Médio / Ensino Médio (Proeja).
De acordo com a
coordenadora do curso, Shirley Stofel, o objetivo
maior do curso voltado a pessoas com mais de 18 anos é promover o retorno dos
estudantes à sala de aula. “É uma grande oportunidade para voltar à escola e
descobrir o interesse pela área da Saúde. Os alunos têm as aulas do núcleo
comum como Português e Matemática e as da área de Enfermagem. Além das aulas
práticas no laboratório, a partir do 4º período, eles passam a estagiar em
Unidades de Saúde da Família, no Hospital Geral de Palmas e no Hospital
Infantil”, ressaltou.
A estudante
Kátia Aires Ribeiro, de 34 anos, faz parte do grupo de estudantes que está
voltando à sala de aula. Depois de passar um longo período com a mãe
hospitalizada, ela decidiu retomar os estudos e se tornar uma técnica de
Enfermagem. “Durante esse tempo que fiquei no hospital passei a admirar o
trabalho que as técnicas faziam com tanto gosto e pensei que poderia também ser
uma delas para cuidar das pessoas doentes. Já fiz o primeiro estágio colocando
em prática o que estou aprendendo no curso e quero ser uma ótima profissional
dando o melhor de mim para os pacientes”, enfatizou.
Já Ismael
Gonçalves, de 36 anos, viu no curso técnico em Enfermagem uma oportunidade de
dar o primeiro passo rumo ao sonho de ser médico. “Eu já tinha essa vontade de
voltar à escola e quando fiquei sabendo resolvi me inscrever e estou gostando
muito das aulas. Essa vai ser uma boa base para começar a
carreira que pretendo seguir, que é a medicina”, explicou o aluno do 1º
período.
Pesquisa
A pesquisa
“Ouvir para Agir” faz parte de uma série de ações previstas no Estatuto da
Juventude com o objetivo de desenvolver um diagnóstico atualizado sobre as
reais necessidades dos jovens das principais cidades do Brasil. “Essa pesquisa
já está nos ajudando a planejar melhor nossas próximas ações. Os sonhos dos
jovens são a base de nossas ações. Nossa busca agora,
mais do que nunca, é desenvolver mecanismos para conseguir desenvolver projetos
que estimulem o jovem a conseguir trabalhar feliz, com produtividade,
conhecimento e qualidade de vida”, afirmou o secretário da Juventude, Rolf
Costa Vidal.
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