Estudam
preocupam-se com falhas, mas defendem decisão da Justiça sobre o Enem
01/11/2011
Alunos
de uma escola particular do Distrito Federal opinam sobre a Justiça do Ceará
anular as 13 questões do Exame Nacional do Ensino Médio. Apesar de acreditarem
na coerência da decisão, eles lembram da importância e
abrangência do exame e criticam as falhas. Alguns concordam com o Ministério
Público Federal, que pediu para suspender o a prova em todo o país. Já o
Ministério da Educação queria nova prova apenas para os
639 concluintes do ensino médio do colégio Christus,
de Fortaleza. A anulação das 13 questões foi vista como a medida certa. Luis
Filipe Mattos, 17 anos: “Essa decisão é mais correta que cancelarem a prova só
dos meninos de Fortaleza. Ou seria isso ou refazer a prova inteira para o
Brasil, o que é inviável. Das 13 questões, eu acertei todas e poderia ter saído
na frente de muita gente que errou. Mas como cancelou para todo mundo, não acho
que vá me prejudicar. Agora tem que ver como eles vão fazer com a pontuação, se
vão distribuir pela prova ou simplesmente desconsiderar. Para mim, o Enem é a
prova de vestibular mais importante porque quero fazer Engenharia Naval na
UFRJ. Se o governo está dando tanta importância para o Enem, eles tinham que
ter mais cautela, porque já são três anos seguidos com problemas.”
Iago
Ruas, 17 anos: “Eu acho que o MEC está sendo evasivo, tentando achar uma desculpa para não aplicar no país inteiro. Educação devia
ser prioridade, e o Enem tem um valor como avaliação do ensino médio e como
porta de entrada
para faculdades. O que acontece é descaso, e eu acho falta de
respeito.” David Scott, 18 anos: “É um pouco injusto, porque eu estudei
muito, e vão anular o que eu acertei? Mas como cancelaram as 13 questões para
todo mundo, talvez não faça diferença. Foi a decisão
mais sensata. Fazer outra prova seria inviável porque tem muitos vestibulares
pela frente. Só que com a falha, diminui as chances de as universidades que
ainda não adotam o Enem, começarem a adotá-lo. O terceiro
vazamento prejudica o objetivo de unificar o vestibular e permitir aos
estudantes prestarem vestibular em cidades distantes de onde moram.”
Julia Milhomem, 18 anos: “Acredito que cancelar as 13
questões é a solução. O custo-benefício de fazer no país inteiro não vale a pena.”
Correio Braziliense – Brasília
DF