Escolas
de ensino técnico estão otimistas com Sisutec
07/08/2013
As
escolas de ensino técnico estão otimistas com o Sistema de Seleção da Educação
Profissional e Tecnológica (Sisutec). Para elas, usar
a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pode ajudar a aumentar a
entrada no ensino técnico do estudante que deixou a escola recentemente, além
de valorizar sua formação. Quem atua no mercado está investindo nesta etapa do
ensino, observam esses estabelecimentos.
Até
o ano que vem, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) investirá no ensino técnico R$ 1,9 bilhão, sendo R$
1,5 bilhão provenientes de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES). Atualmente, existem 797 unidades operacionais do Senai espalhadas pelo país, oferecendo cursos presenciais e
a distância.
Pelo
Sisutec, o Senai
disponibilizará 11.116 vagas em 34 cursos no âmbito do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). `Ampliar a oferta de cursos
técnicos é o nosso objetivo. O Sisutec é voltado para
quem concluiu o ensino médio. Acreditamos que [o sistema] vai chamar para o
ensino técnico muitos dos jovens que integrariam a chamada geração `nem nem`, que nem trabalha, nem estuda`,
disse o gerente de Educação Profissional e de Tecnologia do Senai,
Felipe Morgado.
De
acordo com Morgado, está ocorrendo no Brasil uma
mudança, ainda em fase inicial, que valoriza o ensino técnico. Para ele, isso
se deve principalmente ao Pronatec, criado em 2011 com o objetivo de ampliar a
oferta de cursos de educação profissional e tecnológica.
Um
estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que 72% dos
ex-alunos de cursos técnicos conseguem trabalho no primeiro ano após a
formatura e têm renda média de 2,6 salários mínimos. Além disso, 73% estão
ocupados em atividades relacionadas à área de formação. Conforme o estudo,
trabalhadores com formação técnica ganham 24% a mais que os que têm apenas o
ensino básico. Os dados são referentes ao período de 2010 a 2012 e foram
divulgados neste ano.
A
valorização da etapa e o investimento do governo tornam o mercado atrativo. `O Iesb já tinha um programa de escola técnica em
funcionamento desde 2012. Quando surgiu a possibilidade de aderir ao Sisutec, mudamos todos os nossos rumos para atender à
demanda do programa`, informou o coordenador de
Cursos Técnicos da instituição, Murilo Pereira. Ele explicou que a criação de
cursos foi, então, direcionada para o atendimento da demanda do novo sistema de
seleção.
O
Iesb vai oferecer 4.480 vagas das 8.232 disponíveis
em todo o Distrito Federal. A instituição aguarda a confirmação do
preenchimento das vagas para fechar o investimento que será necessário. Grande
parte da estrutura de graduação será usada também pelos 23 cursos técnicos que
serão oferecidos nas três unidades do instituto.
Pereira
ressaltou que o ensino técnico pode ser uma boa opção para os estudantes que
buscam formação rápida – um curso técnico dura em média um ano e meio – e
voltada para o mercado de trabalho. O estudo da CNI mostra que alunos formados
por determinados cursos técnicos têm salário inicial maior que o dos que
concluem certas modalidades de graduação.
O
técnico em informática Eduardo Dias confirma a diferença. Em 2007, há sete anos
no mercado de trabalho, ele decidiu conciliar sua ocupação com uma formação
técnica. `O curso foi muito bom, aprendi muito e pude ter um documento
comprovando o que aprendi`. Apesar de já trabalhar na
área de informática, Dias enfrentava dificuldades quando queria mudar de
emprego porque não tinha nenhum certificado.
Até
as 19h de hoje (7), segundo dia de inscrições, o Sisutec
teve 176.038 inscritos. Como cada candidato pode fazer duas opções, o sistema
recebeu 337.601 inscrições.
Os
candidatos inscritos serão selecionados para 239.792 vagas de cursos técnicos.
São 117 cursos com duração de um a dois anos. A seleção será feita com base na
nota do estudante no Enem do ano passado. Os que fizeram todo o ensino médio na
rede pública ou em instituições particulares, na condição de bolsistas integrais,
terão prioridade na ocupação de 85% das vagas oferecidas, todas gratuitas.
Fazem
parte do Sisutec 586 instituições, entre
estabelecimentos de educação superior e escolas técnicas particulares,
institutos federais de educação, ciência e tecnologia, escolas técnicas
vinculadas a universidades federais, escolas estaduais e municipais e entidades
do Sistema S.
O
Ministério da Educação ainda não informou quanto será gasto na manutenção das
bolsas ofertadas pelo Sisutec. No lançamento do
sistema, o ministro Aloizio Mercadante disse que o valor por estudante será
semelhante ao do Pronatec, ficando em torno de R$ 10 a hora-aluno. Os recursos
serão repassados às instituições participantes.
Fonte:
Agência Brasil –
Brasília, DF