Escola de Fábrica
forma 49 jovens
05/07/2007 19:50
Inclusão social por meio da inserção no mundo digital e qualificação
profissional deram o tom do espetáculo teatral que alunos formandos do programa
Escola de Fábrica encenaram na tarde desta quinta-feira, 5, na Escola de
Administração Fazendária, em Brasília.
A encenação abriu a solenidade de formatura de 49 estudantes da primeira
turma do curso de formação inicial em administração de redes, desenvolvido pelo
Serviço de Processamento de Dados (Serpro), em parceria com o MEC, a Secretaria
de Educação do Distrito Federal e a União Educacional de Brasília (Uneb),
instituição certificadora do curso.
“O Serpro abraçou o projeto federal implantando-o no espaço da empresa, com
60 alunos do Centro de Ensino Médio 1, do Paranoá, concluintes do ensino
médio”, diz a coordenadora do Escola de Fábrica no Serpro, Maísa Pieroni. O
Escola de Fábrica trabalha para a inclusão de jovens de baixa renda no mercado
de trabalho, oferecendo cursos de iniciação profissional dentro de empresas.
A iniciativa do Serpro deu bons resultados — dos 60 alunos selecionados, 49
conseguiram passar com aproveitamento satisfatório por todos os módulos
oferecidos. Outros 11 alunos tiveram dificuldades, mas não se desligaram do
projeto, e são acompanhados com aulas de reforço. Agora, a empresa pensa
em repetir a experiência. “A nossa idéia é ampliá-la para outras regiões
do Brasil e multiplicar a oferta de cursos. Temos possibilidades de abrir mais
quatro turmas ainda neste ano — duas para Brasília e duas para outros estados”,
adianta Maísa.
Para a coordenadora do Escola de Fábrica da Secretaria de Educação
Tecnológica, Lizete Kagami, as parcerias são fundamentais para oferecer
qualificação e inclusão aos jovens. “Conseguimos formar 12 mil alunos e 16 mil
estão estudando em todo o país. Mais de duas mil empresas são parceiras do
projeto, o que mostra um movimento social para criar oportunidades aos
estudantes de baixa renda”, ressalta Lizete.
A estudante Míriam Oliveira da Silva, 19 anos, acha que o curso abriu novas
perspectivas. “Conheci um mundo completamente novo, que é o digital. Agora,
posso conseguir um bom emprego, mas sei que tenho de continuar estudando para
melhorar minha formação”, acredita Míriam. A colega Érica Ribeiro Cruz, de 17
anos, está ansiosa para adquirir prática de trabalho. “O curso foi muito bom,
mas tratou principalmente a teoria. Quero trabalhar na área de configuração de
rede”, destaca.
Para responder aos anseios dos formandos, representantes do Instituto
Euvaldo Lodi (IEL) e do Serpro assinaram um protocolo de intenções para que as
empresas do Distrito Federal possam recebê-los em estágio supervisionado de, no
mínimo, 200 horas. Ao final da apresentação teatral que abriu a formatura, os
alunos traduziram, pela música O que é o que é, de Gonzaguinha, o sentimento
que tomou conta da solenidade. “Viver e não ter a vergonha de ser feliz. Cantar
e cantar e cantar a beleza de ser um eterno aprendiz.”
Maria Clara Machado