Escola de Fábrica chega a Alegrete (RS)

22/08/2006 10h17

 

O programa Escola de Fábrica, da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC), já chegou a 230 municípios do país. Um deles é Alegrete (RS), cidade de 84 mil habitantes a 500 km de Porto Alegre. São duas turmas do programa no município: uma de 16 jovens que recebem o diploma do curso de Iniciação Profissional em Beneficiamento de Carne no próximo dia 1º de setembro; e outra turma, com 20 alunos, que começa as aulas de Iniciação Profissional em Beneficiamento de Grãos e Sementes no dia 3 de outubro próximo.

 

“Tínhamos uma necessidade de mão-de-obra qualificada e vimos no programa a oportunidade de formar trabalhadores especializados”, comenta o médico-veterinário Tiago Pretto, supervisor de garantia da qualidade do Frigorífico Mercosul. A indústria é parceira do programa Escola de Fábrica, como unidade formadora, e da Escola Agrotécnica de Alegrete, como unidade gestora do programa naquela cidade.

 

Segundo Tiago Pretto, metade dos alunos do curso de beneficiamento de carne, formados por instrutores do próprio Frigorífico Mercosul, foram contratados para trabalhar na indústria. Os alunos aprenderam todo o processo de tecnologia para abate de bovinos, ovinos e suínos. “Estudaram desde fisiologia, zootecnia, às raças e fundamentos de toda a cadeia produtiva do boi”, exemplifica.

 

O frigorífico, que hoje tem 750 empregados, trabalha com carne resfriada e congelada e exporta carne bovina para países da comunidade européia e para Rússia e Chile. Na opinião de Tiago Pretto, o Escola de Fábrica é uma iniciativa boa, que dá oportunidade aos alunos de se qualificarem e se inserirem no mercado de trabalho. No Rio Grande do Sul, um total de 3.305 de alunos iniciaram cursos do programa no ano passado e outros 2.960 participarão este ano.

 

Desenvolvido em parceria com a iniciativa privada e instituições sem fins lucrativos, o programa oferece formação em 20 áreas profissionais. Os alunos devem estar matriculados na rede pública regular do ensino básico e ter renda familiar per capita de, no máximo, um salário mínimo e meio. Eles aprendem uma profissão, ganham alimentação, uniforme, transporte, bolsa de estudos de R$ 150,00, material didático e seguro de vida em grupo.

 

O Ministério da Educação custeia as bolsas dos estudantes e repassa R$ 30 mil por curso para as unidades gestoras, que se responsabilizam por elaborar material didático, pela aquisição dos kits de material didático e higiênico, capacitação e pagamento dos professores e dos instrutores, consultoria e supervisão, serviços de recrutamento e seleção, áudio, vídeo e foto, certificação e avaliação dos alunos. As empresas liberam espaço, mobiliário e instrutores para as turmas.

 

Cerca de 500 empresas privadas e quatro estatais – Eletrobrás, Nuclep, Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE) e Furnas – já aderiram ao programa. Este ano, o número de empresas parceiras deve chegar a 700, beneficiando 15 mil jovens de baixa renda.

 

Repórter: Súsan Faria

 

 Fonte http://portal.mec.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=5561&FlagNoticias=1&Itemid=5705