Escola de Fábrica aproveita experiências bem-sucedidas
28/10/2004 13:16
O projeto Escola de Fábrica, lançado pelo Ministério da Educação na terça-feira, dia 26, pretende abrir 500 escolas em fábricas, empresas e unidades produtivas com mais de 300 funcionários de todo o País. A expectativa é de formar, por ano, pelo menos dez mil jovens de baixa renda, de 15 a 17 anos, nas próprias empresas. Segundo o secretário-executivo do MEC, Fernando Haddad, o projeto é um exemplo típico de como o Estado está aprendendo com a sociedade.
O Ministério aproveitou o lançamento para apresentar experiências bem-sucedidas dos projetos Pescar, Integrar, Formare e da União Nacional das Famílias Agrícolas do Brasil. O conhecimento acumulado por empresas, sindicatos e instituições federais de educação profissional foi aproveitado pelo MEC na elaboração de sua política pública com base em princípios de responsabilidade social.
Pescar – Criado em 1976, ajuda a tirar crianças e jovens das ruas. É um sistema de franquia social constituído por empresas que se articulam em rede em seis estados, no Distrito Federal e na Argentina. Além de preparar jovens de 15 a 18 anos para o desempenho profissional e encaminhá-los ao mercado de trabalho na indústria, no comércio e na prestação de serviços, as empresas estimulam a adoção de hábitos e atitudes de convivência.
Cada empresa torna-se um espaço de transmissão de conhecimento e cidadania. Oito mil pessoas já passaram pelas 70 unidades do Pescar. Cerca de 70% delas conseguiram emprego após a formatura e 8% tornaram-se pequenos empresários.
Formare – Iniciativa da Fundação Ioschpe, organização civil sem fins lucrativos que apóia ações sociais de profissionais e empresas, nasceu em 1988, na empresa Ioschpe-Maxion, em Canoas (RS), São Bernardo do Campo (SP) e São Paulo. A Rede Formare é composta por escolas profissionalizantes mantidas por empresas. Os cursos têm duração de um ano, voltados para a geração de empregos na região. Os cursos são certificados pelo MEC.
Cada empresa oferece um espaço de 60 metros quadrados para que funcionários repassem conhecimentos a turmas de dez alunas e dez alunos. A instituição de educação profissional assume os projetos pedagógicos e os conteúdos dos cursos, reconhece, viabiliza e identifica os conhecimentos. Dos jovens que passaram pelo Formare, 85% estão empregados.
Integrar – Concebido em 1996 pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos e pela Central Única dos Trabalhadores, tem como objetivo a inclusão social por meio da qualificação e da elevação da escolaridade de trabalhadores. Os instrutores são selecionados nos sindicatos e nas empresas. Criado em São Paulo, o Integrar – Formação e Requalificação expandiu-se para vários estados.
O programa cria alternativas de política pública de educação, geração de emprego e renda e de combate ao desemprego e à exclusão social. Busca também o desenvolvimento integral da pessoa para torná-la crítica, participativa e apta a enfrentar as mudanças socioeconômicas.
União Nacional das Famílias Agrícolas do Brasil – Tem como proposta montar escolas no meio rural, particularmente para filhos de agricultores e dos chamados bóias-frias. Para isso, adota o sistema de alternância criado na França em 1935. Adaptada ao Brasil, a metodologia permite aos jovens alternar espaços (escola e meio rural) e tempo de formação. Assim, o conhecimento que adquirem na escola é aplicado no ambiente rural. Os currículos são montados com a participação ativa da família. Do total de alunos formados, 85% permanecem no campo.
Repórter: Ana Júlia Silva de Souza
FONTE: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=content&task=view&id=903&FlagNoticias=1&Itemid=1019