Diário de Pernambuco, 08/05/2003 - Recife PE

Ensino profissionalizante

Antônio Barbosa Coordenadoria Operacional do Sesi/PE

 

O economista Cláudio de Moura Castro no seu artigo "As lições de Porter" (revista Veja pág; Ponto de Vista de l6.04.03) faz referência à pesquisa encomendada pelo Banco Mundial sobre formação profissional nas escolas públicas de ensino médio, em diversos países (projeto financiado pelo próprio banco), cujo resultado revelou o fiasco da iniciativa.

 

Indiferente ao enunciado, diz Moura Castro: "O MEC propõe adicionar um ano profissionalizante nas nossas escolas públicas; trata-se de um triste exemplo de fazer exatamente o oposto". A partir disso, ele cria o leitmotiv: "A formação profissional direcionada para o emprego concreto, funciona melhor nas mãos de instituições especializadas(...), donde o Senai é um exemplo clássico de ensino profissional voltado a quem já saiu da escola acadêmica, em qualquer nível que isso possa ocorrer". Por uma feliz coincidência, o artigo em tela foi publicado na mesma data em que o Senai de Pernambuco fez 60 anos de existência (ele foi fundado em l6.04.43), contabilizando nessas seis décadas um expressivo número de educandos, ou seja, mais de 500 mil jovens que aprenderam na escola-oficina uma profissão, e que foram contratados pelas indústrias antes mesmo do término de seus cursos. Aliás, se tratando do aniversário do Senai, temos mesmo é que comemorar. Para isso, já está pronto o calendário de eventos, que constará de seminários, encontros temáticos, inauguração do Espaço Memória, reunião do Conselho Nacional aqui no Recife, dentre outros eventos que se estenderão até o mês de dezembro. A trajetória do Senai aqui e alhures (o Senai Nacional foi criado em l942, portanto, um ano antes do Senai-PE), se inscreve e se confunde com a própria história da modernização do Brasil, através da industrialização, impulsionada pelo modelo de substituição de importações (l930/50), e baseado no tripé recursos naturais, energia e mão-de-obra. Se em  l943 o Senai preparava aprendizes para os ofícios de caldeiraria, funilaria, tornearia mecânica, carpintaria etc., hoje, além destes e de outros cursos que primam pela busca de competência e autocapacitação, como pré-condição para a promoção social do operário da indústria, volta-se o Senai também para as empresas, dando-lhes o que há de melhor e mais moderno no campo da assistência técnica e tecnológica, na produção e disseminação de informações, geração e difusão de tecnologias, bem como, projetos de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) industrial, através dos Centros Nacionais de Tecnologias (Senaitecs), presentes nas 730 unidades operacionais mantidas em todo o país. De reconhecimento internacional, o Senai soube adequar-se aos novos tempos sem esquecer a sua missão precípua de formar condutas e mentalidades que exige de cada indústria (grande, média e pequena) um compromisso com a evolução e adaptação permanente.