Enem será reformulado em 2009

Hoje em Dia, 02/09/2008 - Belo Horizonte MG

 

O ministro da Educação, Fernando Haddad, revelou ontem que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estará passando por reformulações em 2009 para permitir comparações do desempenho dos estudantes com relação à edição anterior da prova. «Esse instrumento permite um diagnóstico do ensino médio, mas ainda não podemos avaliar os resultados de um ano para o outro», explicou. Alunos que fazem vestibular serão os maiores beneficiados pela mudança, já que grande parte dos processos seletivos das universidades permite apenas a utilização da nota do último Enem. Hoje, quem fez o exame em 2006 e quer prestar vestibular em 2008 não pode usar a pontuação do Enem, o que poderá passar a fazer. A mesma restrição prejudica quem busca bolsa de  estudos do Programa Universidade para Todos (ProUni), do Governo federal, e só pode usar a nota do Enem se tiver feito da última prova. Seguindo padrões internacionais, o Inep, órgão do MEC responsável pelo Enem, pretende que seja possível comparar as notas de diferentes edições do Enem, o que não ocorre atualmente.

«O Enem é uma prova clássica que tem bastante sucesso de público. Mas tem uma deficiência de medida, porque os anos não são comparáveis», justificou o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Reynaldo Fernandes. Segundo ele, a comparação já é possível no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Outra alteração significativa no Enem, de acordo com o presidente do Inep, é que a prova com 63 questões objetivas pode deixar de ser única para todo o país. O Enem é um exame individual feito para avaliar o desempenho dos alunos que estão concluindo ou que já concluíram o ensino médio. Desde a sua concepção, porém, o exame foi pensado também como modalidade alternativa ou complementar aos exames de acesso aos cursos profissionalizantes pós-médio e ao ensino superior. O ministro Haddad comemorou a participação recorde este ano, que contou com mais de quatro milhões de inscritos. «Ainda não sabemos o número de faltas, mas certamente temos avaliado o desempenho de mais de três milhões de alunos», destacou.