Enem: juiz dá 5 dias para Inep se pronunciar sobre pré-teste

25/01/2012

 

O juiz Luis Praxedes, da 1ª Vara da Justiça Federal do Ceará, decidiu no final da tarde desta quarta-feira dar um prazo de cinco dias para que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) se pronuncie sobre os cadernos do pré-teste do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De acordo com o procurador Oscar Costa Filho, que apresentou o pedido para que o Inep disponibilize todos os cadernos do teste aplicado em 2010, a intenção é comprovar se o vazamento foi maior que as 14 questões anuladas do exame para os estudantes do colégio Christus, de Fortaleza (CE). De acordo com a assessoria da Justiça Federal, após o prazo de cinco dias para esclarecimentos do Inep, o magistrado vai decidir se acata o pedido do procurador de disponibilizar o conteúdo dos testes. De acordo com Costa Filho, o Inep teria se negado a entregar a Polícia Federal (PF) os cadernos. "O Inep alegou que o material era sigiloso, mas ele já perdeu o sigilo com o vazamento", disse o procurador. "O que foi comprovado no inquérito (da Polícia Federal) é que a prova do Enem que foi realizada em 2011 é um espelho do pré-teste aplicado no Christus e em outros colégios do País. Nós sabemos que o número de questões que vazou é maior, agora precisamos identificar, por meio da prova original, quantas e quais foram", afirmou.

PF cobra maiores informações ao Inep - Também nesta quarta-feira, a Polícia Federal solicitou ao Inep informações sobre a quantidade de questões que formam o banco de itens do Enem, quantas foram pré-testadas e em que ano. A polícia também pediu que sejam apresentados todos os cadernos de prova do pré-teste aplicado em 2010. O pedido foi feito após solicitação do MPF-CE para que a PF aprofunde as investigações sobre o vazamento de questões do último Enem. Alunos do colégio Christus tiveram acesso antecipado a 14 questões que foram cobradas na prova de outubro por meio de uma apostila distribuída pela escola semanas antes da aplicação do Enem. A PF concluiu, depois de    dois meses de investigação, que os itens vazaram da fase de pré-tese da qual a escola cearense participou, em 2010. A polícia pediu o indiciamento de um professor e um funcionário do colégio por envolvimento no caso, mas segundo o MPF os elementos apresentados no inquérito são insuficientes para que a denúncia seja aceita. Por isso a PF solicitou novas informações ao Inep para complementar a investigação.

A prova do Enem é composta por questões que integram um banco de itens do Inep. Antes de entrar para esse banco, cada questão passa por um pré-teste, que avalia se o item é válido e qual é o grau de dificuldade. Os alunos que participam do pré-teste são escolhidos aleatoriamente e, após responder ao caderno de questões, devolvem o material que deve ser incinerado. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 91 alunos do Christus participaram do pré-teste em 2010 e as questões foram copiadas de dois dos 32 cadernos de prova aplicados na escola.

 

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