Educadores concluem formação inicial no Programa Brasil Alfabetizado

31/07/2012

 

Mais de mil alfabetizadores do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), em todo o Estado, participaram da formação inicial promovida pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc) que ocorreu este mês em Cuiabá. O objetivo foi oferecer subsídios pedagógicos para que possam trabalhar com os estudantes ensinando-os a ler e escrever durante os oito meses de realização do Programa.

O papel desses coordenadores e alfabetizadores de turmas, por meio do Programa Nacional Desenvolvido no Estado, é resgatar e sanar uma dívida social que o País tem com milhões de jovens e adultos que ficaram fora do sistema de ensino, na idade regular. Estimasse a existência de cerca de 14,4 milhões de pessoas analfabetas e o dobro desses números na condição de analfabetos funcionais.

Em Mato Grosso, essa proporção não é diferente. Dados do censo populacional apontam para 230 mil pessoas analfabetas, sendo que a realidade dos funcionais dobra. “Nosso Estado trabalha desde 2007 com projetos que resgatam essa dívida, e o PBA é uma delas”, destaca o gerente de Educação no Campo, da Seduc, Joaquim Lopes.

Outro ponto, segundo Lopes, foi a adesão de Mato Grosso ao pacto pela criação de Agendas Territoriais, em que cada ente federado tem sua participação. Nesse pacto os municípios são os principais responsáveis pelo levantamento do público sem alfabetização.

 

Boas Práticas

A adoção da Agenda Territorial é uma ação que vem mostrando bons resultados no município de Jaciara. Segundo a coordenadora de turmas, Marlene Gaio dos Santos, o apoio municipal e fidelização à Agenda Territorial em parceria com o Estado e Ministério da Educação (MEC), tem retratado a realidade e favorecendo as ações conjuntas para atingir os resultados. “A parceira com os agentes de saúde nos proporcionou o diagnóstico e conhecimento da realidade. Sabemos hoje onde estão e por quais motivos não frequentam a escola”, relata a coordenadora.

Os alfabetizadores em todas as comunidades são o elo para que o Estado, e quando parceiros, também o município, identifiquem os analfabetos. “São pessoas que não guardam uma boa lembrança do tempo de escola. Isso dificulta o acesso da instituição a essas pessoas”, relata a coordenadora da Educação no Campo, Maria Luzenira Bras. Conforme ela, o acolhimento é uma ação afetuosa, de confiança, que apenas as pessoas que vivem na comunidade conseguem obter. Por isso o programa trabalha de uma forma voluntária.

“Nossa meta para os próximos anos é conseguir que essas pessoas que ingressam no PBA prossigam os estudos na Educação de Jovens e Adultos”, destaca a responsável pelo Programa no Estado, professora Márcia Dudeque. O analfabetismo é um retrato da desigualdade do País. “Estamos sensibilizando os municípios para prosseguir nas parcerias e investimentos”, finalizou.

Fonte:

http://www.olhardireto.com.br/noticias/exibir.asp?noticia=Educadores_concluem_formacao_inicial_no_Programa_Brasil_Alfabetizado&edt=29&id=272045