Educação profissional é porta de
entrada para o mercado de trabalho
Jovens estudantes vão competir na
WorldSkills São Paulo 2015 a
partir do dia 12.
07/08/2015
A
educação profissional é
uma importante porta de entrada do jovem brasileiro no mercado de trabalho e
consequentemente no curso superior. Segundo pesquisa do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (SENAI) 72% dos ex-alunos dos cursos técnicos conseguem
trabalho no primeiro ano depois de se formarem e alcançam renda média de 2,6
salários mínimos, cerca de R$ 1,6 mil. Além disso, mais de 80% dos jovens brasileiros não
têm acesso à universidade e a educação profissional pode ser um caminho para
prepará-los para o mundo produtivo.
A
modernização do ensino profissional e o surgimento de novas carreiras por conta
da automação têm aumentado a procura pelo ensino técnico. Uma demonstração da
educação profissional será apresentada na WorldSkills
São Paulo 2015, a maior competição de educação profissional do mundo, que
acontecerá pela primeira vez no Brasil, entre os dias 11 e 16 de agosto, no
Anhembi Parque, em São Paulo (SP). O evento reunirá 1.230 competidores, de mais
de 60 países para participar de provas que simulam desafios de 50 profissões
técnicas da indústria e do setor de serviços.
A delegação brasileira, formada por 56 jovens
profissionais do SENAI e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), é a maior dessa edição. Os
competidores vão disputar medalhas nas 50 ocupações (modalidades da competição)
que estão distribuídas em seis áreas: Tecnologias de Manufatura e Engenharias;
Tecnologia da Informação e Comunicação; Tecnologias da Construção Civil e
Edificações; Transporte e Logística;
Moda e Criatividade; e, Serviços.
Um
desses competidores é o jovem Lucas Pescinelli Luqiianhuk, 21 anos, que vai encarar a disputa da WorldSkills na ocupação de Pintura
Automotiva. Durante o curso técnico de manutenção automotiva no SENAI de Bauru
(SP), Lucas se destacou nas aulas de pintura automotiva e, com isso, conquistou
duas oportunidades: um emprego como preparador de pintura de carros de uma
concessionária, onde atuou por sete meses e depois o convite para competir na
Olimpíada do Conhecimento, competição que seleciona os brasileiros para a etapa
mundial WorldSkills Competition. “Eu decidi pela olimpíada e não me arrependo
de nada. Se voltasse atrás, faria as mesmas escolhas e faria melhor”, diz.
Outro
exemplo de como a educação profissional encaminha os jovens é o da brasiliense
Júlia Gabriela dos Santos, de 19 anos, que vai competir na modalidade de
Cuidados de Saúde e Apoio Social. Julia sempre teve dúvidas sobre a carreira
profissional que gostaria de seguir.
"Gostava de biologia, química e de matemática. Mas não sabia o que
queria", conta ela. A história mudou quando ficou sabendo que o Senac estava fazendo a seleção de
estudantes para o curso técnico gratuito de
enfermagem. Mesmo com receio de lidar com sangue a aluna se dedicou e
depois de vários estágios em
clínicas, hospitais, maternidades e centros cirúrgicos, a jovem
não se imagina em outra profissão. No futuro, Júlia pretende cursar Medicina.
“É o meu sonho. Não vou desistir”, afirma.