Educação
para Jovens e Adultos, uma alternativa para superar desafios
07/08/2011
“Para
estudar basta administrar bem o tempo. Devemos acreditar em nossa capacidade”.
O
autor desta frase tem 44 anos, está cursando o ensino superior de Matemática, e
tem como história de vida um exemplo para muita gente. Carlos Antônio do
Nascimento é pedreiro e retornou aos estudos depois de 16 anos, através do
programa do Governo Federal de Educação para Jovens e Adultos (EJA).
Ele
concluiu o Ensino Médio em 2005 e ingressou em seguida na Universidade Estadual
da Paraíba, onde cursa o quarto período de Matemática.
Carlos
que é morador do bairro da Catingueira, em Campina Grande, e estudou na rede
pública a maior parte de sua vida, conta emocionado que por motivos financeiros,
teve que ainda criança parar os estudos para trabalhar na construção civil.
– Terminei a 8ª série
no antigo Colégio Santa Rita de Cássia, único colégio particular que consegui
pagar durante minha vida estudantil. Fiz o EJA com a minha esposa e ao entrar no curso de Matemática encontrei um novo mundo. Tirei
muito zero no início, mas com força de vontade venci os obstáculos e hoje me
orgulho de dar aulas a 117 alunos do 7º e 9º ano do Ensino Fundamental, no
Colégio Major Veneziano Vital do Rêgo – relatou Carlos ao PARAIBAONLINE.
Carlos
conta que quando voltou aos estudos, venceu uma olimpíada de matemática e pôde
representar Campina Grande na disputa nacional.
As
manhãs dele ainda são ocupadas pelo trabalho como pedreiro, para reforçar a
renda e sustentar a família. Carlos é pai de dois filhos e
casado com Elizabete Alves, uma guerreira, que como Carlos, concluiu os
estudos na idade adulta.
Elizabete
quando estava cursando o EJA passou por dois Acidentes Vasculares Cerebrais,
mas mesmo assim não desistiu de concluir o Ensino Médio, e hoje leciona língua
portuguesa para crianças.
Eles
contam que os dois trabalham juntos, pois um ajuda ao outro a preparar os
planos de aulas e corrigir provas. A paixão pela Educação transpôs os muros da
casa de Carlos e Elizabete, que juntos formaram uma pequena coleção de livros,
para serem emprestados para os alunos e às crianças da comunidade.
–
Sempre que um jovem precisa de um livro a gente
empresta. Quando eu era criança meu finado avó,
Antônio Benício Fernandes, que era analfabeto, ajudava-me nos cálculos. Ele
sempre dizia: repasse seus conhecimentos para outras pessoas – recordou Carlos,
orgulhoso da sua trajetória de vida.
O
professor disse que participa de palestras para incentivar pessoas a voltarem
aos estudos, contando como foi o retorno dele às aulas e planeja concluir a
faculdade e viver de ensinar matemática e repassar sua história de superação.
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