É para a sala continuar cheia
04/05/2011 - Joinville SC, A Notícia
Criação de currículo flexível para alunos do ensino médio será votada hojeA grade curricular do ensino médio, como é conhecida há bastante tempo, deve mudar. Uma escola, por exemplo, pode dedicar mais aulas para história e menos tempo para matemática. Um currículo mais flexível e atraente para o aluno é uma das alterações que serão votadas hoje pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Se aprovadas, as novas diretrizes precisam ser homologadas pelo Ministério da Educação para entrarem em vigor. Em Santa Catarina, se a proposta virar realidade, cerca de 210 mil estudantes podem ter os currículos alterados.
A votação de um novo modelo para o ensino médio era para ter ocorrido em abril. Mas acabou sendo adiada. Hoje, a carga mínima de estudo no ensino médio é de 2,4 mil horas, divididas em dois conjuntos de disciplinas. Um é conhecido como base comum, que inclui matérias tradicionais e obrigatórias como português e matemática. Há ainda a parte diversificada, com áreas escolhidas pela escola. O aluno precisa cumprir 75% da carga horária com as disciplinas tradicionais. Os outros 25% podem ser dedicados aos conteúdos eletivos.
Pela proposta, cada colégio poderia se especializar em uma das quatro áreas de conhecimento: ciência, tecnologia, cultura e trabalho. Uma escola que opte por cultura, por exemplo, pode aumentar o número de aulas de história, geografia e português e reduzir o espaço dado para a física, a química e a matemática. Mas as disciplinas da base comum não podem deixar de ser ministradas. Outras mudanças previstas são no ensino médio noturno. Nele, os alunos teriam quatro anos, em vez de três, para terminar os estudos. O Conselho Nacional de Educação argumenta que, na maioria dos casos, os estudantes precisam trabalhar durante o dia, não conseguindo conciliar com a escola. Pelo modelo novo, teriam mais flexibilidade para organizar a carga horária. O texto do projeto será divulgado depois da aprovação. Mas pode haver alterações antes da versão final. A proposta, por enquanto, deixa dúvidas sobre como ficaria o vestibular e o Enem.
JÚLIA ANTUNES LORENÇO