O Globo, 04/06/2004 - Rio de Janeiro RJ

DF tem o maior número de reprovados no ensino médio

Demétrio Weber

 

BRASÍLIA. O Distrito Federal tem a maior proporção de alunos de ensino médio reprovados em 2002, segundo o Ministério da Educação. Em seguida vem o Rio Grande do Sul, com 14,9%. O Rio de Janeiro ocupa a quarta posição, com 11,7% de reprovação — o equivalente a 87 mil alunos, dos quais 74 mil na rede pública. No ensino fundamental, Sergipe é o primeiro no ranking de reprovações. Um em cada cinco estudantes matriculados de 1 a 8 série (20,2% do total) não passou de ano. O Rio aparece em 17 lugar, com 12% dos alunos reprovados. Os dados levam em conta as redes pública e a particular.

 

A Sinopse Estatística da Educação Básica 2003 foi divulgada anteontem pelo Ministério da Educação. Em todo o país, foram reprovados quatro milhões de alunos de ensino fundamental (11,5% do total) e 747 mil de ensino médio (8,5%), o que significa um pequeno aumento em relação a 2001. Em São Paulo, apenas 5,3 dos alunos foram reprovados. Em São Paulo, onde a rede estadual adota o sistema de ciclos, foram reprovados apenas 5,3% dos alunos de 1 a 8 série. Em Minas, 7,5%. Em 11 Estados e no Distrito Federal, a reprovação ficou acima de 15%. Num país das dimensões do Brasil, com realidades tão diferentes e autonomia de avaliação, é natural que haja uma quadro diversificado. Cada estado tem sua realidade. Não posso levantar hipóteses apenas com base nos números — disse o secretário de Educação Básica do MEC, Francisco das Chagas.

A secretária da Educação do Distrito Federal, Maristela de            Melo Neves, disse que a ampliação do acesso ao ensino médio, com a inclusão da população mais pobre, pode explicar o percentual de reprovação de 16,4%. Na rede pública, a proporção foi mais alta: 18%, segundo ela.

 

— Também pode estar havendo excesso de rigor dos professores na avaliação, além das deficiências que o aluno traz do ensino fundamental. Já Santa Catarina aparece como o estado com a menor proporção de reprovados no ensino médio: 1% ou 2.779, num total de 274.160 matrículas. O secretário de Educação, Jacó Anderle, disse que o bom desempenho é resultado do investimento na formação de professores e em currículos que tentar despertar o interesse dos alunos