Desemprego
de jovens cai na Região Metropolitana do Recife, diz Dieese
26/10/2011
Dados são fruto do
anuário lançado nesta terça-feira (26). Maior busca por capacitação, por parte
das mulheres, chama a atenção.
A
taxa de desemprego da população economicamente ativa de Pernambuco caiu dois
pontos percentuais, entre os anos de 2007 e 2010, passando de 19,7% para 16,2%,
mas os jovens continuam como a faixa com maior índice de desemprego. De acordo
com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(Dieese), a taxa de desemprego entre jovens de 16 e 29 anos foi de 27,5% em
2010, o que é um avanço - em 2007, era de 34,1%.
Os
dados fazem parte do o Anuário do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda,
lançado no Recife pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Dieese, nesta
quarta-feira (26). A publicação, organizada pelo Dieese, é financiada através de
recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e busca informar sobre a
realidade do mercado de trabalho brasileiro.
Esta
é a terceira edição do anuário, que traz como novidade um volume específico
sobre o mercado de trabalho para a juventude. “Em função da inserção dos jovens
no mercado e de taxa de desemprego desse público, chegamos à conclusão de que
era preciso focar mais na juventude. Dessa vez, conseguimos criar um capítulo
exclusivo sobre esse que é um dos públicos prioritários dos programas de emprego”,
explica Jackeline Natal, supervisora técnica do Dieese em Pernambuco.
A
publicação aponta que, em Pernambuco, o índice de jovens que só trabalha ou
procura emprego cresceu entre 2005 e 2010, saindo de 44,9% para 49,6%, enquanto
os que só estudam caiu quase dois pontos percentuais,
indo de 20,2% para 18,5%, e os que estudam e trabalham caiu de 17,1% para
16,1%. “O Governo do Estado tem feito um trabalho intensivo para mostrar a esse
jovem a importância do estudo. Oferecemos cursos de qualificação para os jovens
do 2º e 3º anos do Ensino Médio e também incentivamos as empresas a
contratá-los como jovens aprendizes”, explica Ângella
Mochel, secretária executiva de Trabalho e
Qualificação de Pernambuco.
Apesar
dos cursos de qualificação e vagas de emprego, existe um preconceito da parte
dos jovens em relação a algumas profissões. “Hoje, não é fácil você encontrar
um rapaz que aceite ser pedreiro. Eles acham que é pouco, que vão ficar a vida
inteira fazendo isso, não percebem que é possível sim crescer a partir daí. Os
tempos são outros e as condições também”, afirma Ângella,
que ressalta a importância de incentivar o jovem a encarar o primeiro emprego
de forma diferente.
Outro
dado que se observa no estudo é a diferença entre homens e mulheres que participam
do ProJovem Trabalhador, que
se destina a jovens de 18 a 29 anos, desempregados, pertencentes a famílias com
renda per capita de até um salário mínimo, que estejam cursando ou tenham
concluído o Ensino Fundamental ou Médio, e não estejam cursando ou tenham
concluído o Ensino Superior. Elas são maioria: 18.743 mulheres cadastradas
entre 2008 e 2010, enquanto os homens são quase a metade, apenas 9.771.
“Temos
visto uma presença maior das mulheres também nas escolas técnicas e concluindo
o Ensino Médio. Elas têm uma iniciativa maior de buscar qualificação, seja pela
maturidade que vem mais cedo, seja pela descoberta de um novo mercado de
trabalho”, conta Ângella.
O
anuário aborda temas como mercado de trabalho, intermediação de mão de obra,
seguro desemprego, qualificação social e profissional, economia solidária e
juventude. “Ele tem o mérito de sistematizar os dados já existentes. Você tem
as informações, mas elas estão dispersas. Se você vai fazer um projeto, o
acesso a esses dados através do anuário é muito mais simples”, conta Jackeline.
Na
Região Metropolitana do Recife, a publicação constatou um crescimento do número
de pessoas empregadas no setor de serviços, avançando 1,5% em três anos e
atingindo a marca de 55,1% em 2010. O setor de comércio representa 18,7% dos
empregos formais e indústria 9,5%, também no ano passado.
Katherine
Coutinho Do G1 PE
Fonte: