Defasagem escolar atinge 30% dos estudantes do ensino médio
Portal UOL Educação, 18/09/2008
Da Redação em São Paulo
Cerca de 30% dos estudantes brasileiros de 16 ou 17 anos passaram longe do diploma de conclusão do ensino médio em 2007. Com idade para freqüentar os últimos anos desse nível, estes alunos ainda estavam cursando a educação fundamental, que compreende os adolescentes de até 14 anos. A defasagem escolar, segundo dados da Pnad 2007 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quinta-feira (18), é alta também entre estudantes de 18 ou 19 anos, que já deveriam ter concluído a educação básica, como sugere o CNE (Conselho Nacional de Educação). Dos mais de 3 milhões de alunos nessa faixa etária, no ano passado, 17% ainda estavam no ensino fundamental e 58% no ensino médio.
Entre os estudantes de 20 a 24 anos, mais da metade já estava no ensino superior, enquanto 30% cursavam o ensino médio e 12% ainda faziam o ensino fundamental. A educação básica era responsável, ainda, por 45% dos estudantes com 30 anos ou mais. O percentual é maior do que os alunos de ensino superior dessa faixa etária, que era de 44%. O restante, 11%, estava matriculado no EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Lista de presença - A freqüência escolar no ano passado foi maior entre os jovens com idade de 7 a 14 anos, repetindo a taxa de 2006: 97,6% deles estavam na sala de aula. Há 15 anos, a escola era freqüentada por 86,6% dos indivíduos dessa faixa etária. "A gente observa um crescimento no ensino fundamental, uma expansão até porque há obrigatoriedade de recursos [municipais]", diz Adriana Bernguy, técnica do IBGE da coordenação de renda e emprego. "Temos avanços na freqüência, mas ainda há discussão sobre a qualidade desse ensino."
As regiões Sudeste e Sul concentraram, no ano passado, 98,1% e 98,0%, respectivamente, dessas matrículas. No Centro-Oeste, o indicador sinalizou 97,7%. A menor taxa de estudantes entre 7 e 14 anos de idade ficou no Norte: 96,2%. É o local com menor índice de escolarização nos Estados, como no Acre (91,3%) e no Pará (96,2%). O Nordeste, por sua vez, tinha 97,1% desse contingente. Foi a região que teve o maior crescimento desde 1992, quando estava em 79,7%. A menor variação nos últimos 15 anos ficou no Sudeste, região com o maior número absoluto de estudantes (10,8 milhões): passou de 90,9% para 98,1%.