Arali Maiza Parma Dalsico. Migração: Trabalho e Educação - Na Perspectiva de Pais e Filhos Migrantes

.. 01/09/2002

 1v. 108p. Mestrado. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - EDUCAÇÃO

 Orientador(es): Izumi Nozaki

 Biblioteca Depositaria: CETEDE - Centro de Tecnologias e Documentação Educacionais

 

Email do autor:

 aralim.@terra.com.br

 

 

Palavras - chave:

 Migração - Trabalho - Educação.

 

 

Área(s) do conhecimento:  EDUCAÇÃO

 

 

Banca examinadora: 

 Bernard Charlot

 

 

Linha(s) de pesquisa:

 

            Educação e Linguagem. A linha reorganiza os docentes e pesquisadores que estão trabalhando com a temática educação e linguagem. Sua articulação está vinculada a consolidação dos novos grupos de pesquisa que estão sendo organizados na área Teorias e Prát. Pedag. da Ed. Escolar.

 

 

  

 

Dependência administrativa

  Federal

 

 

Resumo tese/dissertação:

 

            Casa Branca é uma vila situada no município de Xambrê, na região oeste do Estado do Paraná, fundada no ano de 1961 por migrantes de outras cidades do Estado e do interior do Estado de São Paulo. Algumas famílias de agricultores mudaram para a vila e abriram pequenos comércios, que dependiam da população rural ao redor. Em termos educacionais, os jovens e adultos da vila de Casa Branca tinham acesso à escolaridade apenas até a 8ª série do Ensino Fundamental, sendo este fato um dos motivos pelos quais as famílias migraram para os municípios de Cuiabá e Várzea Grande, no Estado de Mato Grosso, entre os anos de 1977 a 1989. Ao migrarem para Mato Grosso, em plena fase de expansão do sistema educacional, estas famílias encontraram a possibilidade de dar continuidade aos estudos, porém, não usufruíram desse acesso. As questões que se levantam neste sentido são: o que ocorreu para que estes jovens e adultos não tenham continuado à escolaridade de nível médio e superior após a migração? Que lugar a educação ocupa na vida destes jovens e adultos migrantes, hoje? O presente trabalho teve por objetivo compreender como o filho adulto migrante, diferentemente de seu pai, nos tempos atuais, se posiciona e se mantém no mercado de trabalho sem a educação formal elevada. Especificamente, analisar as razões que impulsionaram as famílias a migrar; as causas que justificam a não continuidade dos estudos por pais e filhos após a migração; comparar a vida profissional dos pais e dos filhos após a migração e analisar, na visão de pais e filhos, o sentido da educação para a permanência no mercado de trabalho. Para tanto, foram realizadas entrevistas com 9 famílias de migrantes e o estudo revelou que: a) os pais interromperam os estudos porque moravam na zona rural, não tendo acesso à escola, e os filhos, em sua maioria, interromperam os estudos para trabalhar, mesmo tendo acesso à escola; b) a opinião de pais e filhos é semelhante e para ambos é preciso estudar para "ser alguém na vida"; c) o acesso à educação não foi um fator preponderante à migração e nem tão pouco é motivo de permanência do migrante na cidade de destino; d) o sentido da educação varia conforme o modo como o sujeito a vê no tempo (presente, passado e futuro) e o valor atribuído ao trabalho que o sujeito educado torna-se capaz de realizar. Conclui-se, deste modo, que o trabalho é um aspecto vital ao sujeito e a educação é secundária, podendo ser postergada ou abandonada em razão da falta de interesse, do trabalho e do casamento, mas a educação torna-se vital quando põe em risco a permanência do sujeito no mercado de trabalho e o valor dado à educação formal varia de acordo com o papel que o sujeito ocupa na sociedade. Assim, a valoração da educação pelos sujeitos depende das condições de sua subsistência no meio, isto é, quanto mais o meio a requisitá-la, a educação será considerada importante e prioritária.