YARA GARCIA PAOLETTI CUNHA. REPRESENTAÇÃO
SOCIAL DO ANALFABETO POR ALFABETIZADORES DE ADULTOS. 01/06/2005
1v. 112p. Mestrado. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO - EDUCAÇÃO (PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO)
Orientador(es): VERA MARIA NIGRO DE SOUZA PLACCO
Biblioteca Depositaria: PUCSP
Palavras - chave:
Analfabeto, Representações sociais, Exclusão
Área(s) do conhecimento: EDUCAÇÃO
Banca examinadora:
MARIALVA ROSSI TAVARES
Linha(s) de pesquisa:
DESENVOLVIMENTO, ENSINO E APRENDIZAGEM COMPREENSÃO DO DESENVOLVIMENTO-HUMANO SUA RELAÇÃO COM PROCESSOS DE ENSINO APRENDIZAGEM NOS CONTEXTOS ESCOLARES, FAMILIARES E COMUNITÁRIOS.
Agência(s) financiadora(s) do discente ou autor tese/dissertação: PUC-SP
Dependência administrativa
Particular
Resumo tese/dissertação:
Tomando por sujeitos professores alfabetizadores de jovens e adultos de uma mesma ONG no município de Cotia, a presente pesquisa enfoca as representações que estes constroem a respeito do analfabeto, com quem se relacionam em situação de ensino-aprendizagem. Estes sujeitos passam, enquanto formadores, por processo formativo estruturado. Em sua primeira parte, o trabalho apresenta um encadeamento histórico da educação de adultos no Brasil até o presente momento, onde a concepção de analfabeto se constrói remotamente associada a um sentimento de “vergonha nacional” (período Colonial, Primeira e Segunda Repúblicas), passando para uma concepção mais politizada até a idéia de “oprimido com vocação de Ser Mais” (movimentos de educação de base/ Paulo Freire), em seguida ligando-se a uma concepção de alfabetismo esvaziado de senso crítico (MOBRAL), estando hoje caracterizado sob a ótica do analfabetismo funcional. É ressaltada a valorização do aspecto quantitativo dos programas de erradicação do analfabetismo. Na segunda parte, apresenta a linha teórico-metodológica adotada, a teoria das representações sociais, que através da abordagem psicossociológica, demonstra como as teorias científicas vão sendo apropriadas nas relações intersubjetivas que compõe a rede social, produzindo outro tipo de teorias, as chamadas “de senso comum”, com fins de comunicação e de elaboração de comportamentos. Com vistas a desvelar as concepções de analfabeto dos alfabetizadores de adultos atuantes em um mesmo espaço institucional, é utilizado o procedimento de análise de conteúdo, com categorias pós definidas, mediante a aplicação de questionários e evocação de palavras a partir do termo indutor “adulto analfabeto”. A análise dos dados mostrou uma concepção de analfabeto composta pelos elementos centrais: “aquele que ignora, apresenta incapacidades, e não consegue ler o mundo” e pelos elementos periféricos: “pela exclusão, falta de oportunidade e de iniciativa, possuindo bagagem e experiência”, apontando uma ancoragem em concepções de mundo e educação, em sua maioria, divergentes daquelas em que se fundamenta a formação desses educadores.