Cristovam abre seminário sobre novo Ensino Médio

05/06/2003 09:12

 

O momento para efetuar mudanças no Ensino Médio nunca foi tão favorável. Foi o que disse o ministro da Educação, Cristovam Buarque, durante a abertura do seminário Ensino Médio: Construção Política, que começou ontem (4) e termina amanhã, sexta-feira, no Hotel Nacional, em Brasília. Citando exemplos de outros países, especialmente europeus, que conseguiram melhorar os índices educacionais em razão da coalizão nacional que se formou para implementação das mudanças, o ministro lamentou apenas a ausência de representantes da juventude no Seminário. “Eles precisam nos dizer como é a escola que eles querem, porque o que expulsa o jovem da escola, em parte, é a pobreza, mas também a falta de sintonia da escola com o aluno”, afirmou Cristovam.

 

Para o ministro, além de oferecer atendimento educacional e de saúde, também é preciso proporcionar alimentação digna, renda, emprego e, principalmente, “uma mística pela qual eles lutem, especialmente os mais pobres”. Segundo ele,“precisamos construir uma “mística” para o Brasil, que deve passar pela conclusão da abolição da escravatura”.

 

Mudanças – O seminário Ensino Médio: Construção Política reúne 600 representantes de redes estaduais, de redes federais, de instituições particulares, além de técnicos da área de Educação, com o objetivo de traçar políticas para uma reforma do Ensino Médio, de maneira a garantir condições de acesso e de permanência de jovens e adultos nessa fase escolar, além de construir um projeto ético, político e pedagógico de ensino médio de qualidade, comprometido com as diferentes necessidades sociais e culturais da população.

 

Para o secretário de Educação Média e Tecnológica do MEC, Antônio Ibañez, o primeiro passo para a melhoria deste nível de ensino é a instituição da obrigatoriedade do Ensino Médio. “Precisamos ainda investir na valorização do Magistério, especialmente sua formação inicial e continuada”, acrescentou. Ibañez adiantou que o MEC estuda, também, a criação de programa de doação de livros didáticos, nos moldes do que já existe para alunos do ensino fundamental público, e a concessão de bolsas de estudos para estudantes do ensino noturno. “Isso seria importante para que eles passassem para os turnos matutino e vespertino, em que teriam um melhor aproveitamento”, explicou o secretário.

 

Os participantes do seminário se reunirão em salas temáticas para discutir educação e políticas articuladas de juventude, gestão democrática, ensino noturno, formação docente, livro didático e currículo. As conclusões serão reunidas em um único documento, com recomendações para as mudanças a serem implementadas neste nível de ensino.

 

 

Repórter: Beth Almeida

Editora Web: Irla Maia

 

FONTE: http://www.mec.gov.br/acs/asp/noticias/noticiasDiaImp.asp?id=3684